Ex-Pantera Negra de novo em Portugal

Robert King em Lisboa e na Madeira

Por B. Lisboa

Robert King junto ao mural TRUTH
Robert King nos EUA junto ao mural TRUTH [VERDADE]
do artista plástico português Rigo

Robert King, o único dos “3 de Angola” que já está em liberdade, esteve durante algumas semanas em Portugal, em Janeiro e em Fevereiro. Durante a sua estadia, aproveitou para visitar o grande número de amigos e apoiantes que já granjeou em Portugal e aproveitou para falar com activistas das causas dos presos políticos norte-americanos e outros anti-imperialistas, em particular os envolvidos na divulgação dos casos de alguns presos mais conhecidos, como Mumia Abu-Jamal e os “3 de Angola”.

King, juntamente com Herman Wallace e Albert Woodfox, faz parte dos chamados “3 de Angola”, um grupo de antigos militantes do Partido Pantera Negra dos EUA detidos na penitenciária de Angola, no Estado do Luisiana, condenados por crimes que não cometeram. A prisão de alta segurança de Angola é considerada a mais infame dos Estados Unidos.

King esteve detido durante 31 anos, 29 dos quais em prisão solitária, e acabou por ser libertado em Fevereiro de 2001, quando conseguiu pôr em causa os motivos da sua detenção. Os seus camaradas Herman e Albert continuam até hoje em prisão solitária. Desde a sua libertação, King tem percorrido os EUA e o mundo, para divulgar o caso dos “3 de Angola” e denunciar as condições prisionais nos Estados Unidos. Entre essas vistas, King já esteve várias vezes em Portugal, a primeira das quais em 2001, cerca de um ano após a sua libertação.

Herman Wallace e Albert Woodfox
Herman Wallace e Albert Woodfox
na prisão de Angola

Durante esta sua estadia, Robert esteve na Madeira e em Lisboa. Aqui, além de reuniões com vários grupos de camaradas, visitou alguns bairros degradados da periferia de Lisboa, em particular, a 11 de Fevereiro, o Bairro de Santa Filomena, na Amadora. Nesta visita pelas ruas do bairro, muitos foram os jovens que se juntaram à sua volta, entusiasmados por o conhecer e querendo saber mais pormenores sobre o seu caso e o de outros presos políticos norte-americanos, e sobre a forma de enfrentar esta sociedade racista, exploradora e opressora. Dessa visita, ficaram certamente muitas ideias sobre como organizar e desenvolver de uma forma libertadora a grande revolta destes jovens.

Em Lisboa, Robert King relatou os recentes progressos no processo cível que os “3 de Angola” moveram contra o Estado do Luisiana pelo tempo que passaram injustamente em prisão solitária. Este processo está entregue a uma importante firma norte-americana de advogados que, dado o evidente grau de injustiça dos seus casos, se prontificaram a defendê-los gratuitamente.

19 de Fevereiro de 2006


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