Publicado originalmente no sítio do jornal Revolution/Revolución, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA (a 2 de janeiro de 2024 em inglês e a 4 de janeiro de 2024 em castelhano).
Os EUA apresentam-se como defensores dos civis e apelam à “moderação”...
Ao mesmo tempo que dão total apoio, armas e fundos à intensificação do genocídio israelita contra os palestinos
O massacre que dura há quase três meses em Gaza já era insuportável, mas nestas duas últimas semanas Israel expandiu e intensificou a sua guerra bárbara e assassina, levando-a para um nível completamente novo, e ainda mais abertamente genocida.
Cidades, aldeias, edifícios de apartamentos, campos de refugiados, hospitais, terrenos agrícolas e até praias e linhas costeiras foram bombardeados ou arrasados por escavadoras, e muitas vezes destruídos. Israel usou rotineiramente as suas mais devastadoras bombas de 900 quilos em zonas que alegava serem seguras.1
Como resultado, pelo menos 21.672 pessoas foram assassinadas, entre as quais 8.800 crianças. Mais de 7 mil pessoas estão desaparecidas, provavelmente sepultadas sob os escombros. Famílias inteiras foram exterminadas. Mais de 56 mil pessoas ficaram feridas, das quais pelo menos 8.600 são crianças.2
Metade dos habitantes de Gaza (mais de um milhão de pessoas) está em risco de morrer de fome devido ao atual bloqueio de água, alimentos, medicamentos e combustíveis levado a cabo por Israel com o apoio dos EUA. Nove em cada dez pessoas relatam que regularmente passam o dia sem comer. O bloqueio e os bombardeamentos israelitas destruíram o sistema de água de Gaza e estropiaram o seu sistema de saúde, provocando uma desidratação em massa, a propagação de doenças contagiosas e a que crianças tivessem de ser amputadas — sem anestesia.3
Quase 90 % dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram forçados a abandonar as suas casas — disseram-lhes que evacuassem para o sul do território, só para depois aí serem bombardeados ou atacados a tiro, à medida que a guerra israelita se expande a toda a Faixa de Gaza, deixando-os sem nenhum lugar para onde ir.4
“Estamos todos aterrorizados”, disse uma mulher, sem saber quando nem onde cairá a próxima bomba. “Não temos nada que nos mantenha aquecidos e secos”, disse outra mulher. “Estamos a viver em condições que nunca em toda a minha vida eu poderia ter imaginado que fosse possível.”5
Biden e os EUA:
Publicamente aconselham à “moderação” e à “proteção dos civis” — ao mesmo tempo que apoiam, armam e dão cobertura aos crimes de guerra e ao genocídio cometidos por Israel
Israel alega ter apenas como alvo o grupo fundamentalista islâmico reacionário Hamas e os combatentes desse grupo. Isso é mentira. Israel está a levar a cabo uma guerra genocida6 contra toda a população palestina. Responsáveis israelitas admitem cada vez mais abertamente este facto. (Ver “A crescente pressão aberta para expulsar todos os palestinos de Gaza”). Apesar da fome em massa em Gaza, o oficial das FDI [Forças de Defesa de Israel] que supervisiona o fornecimento de ajuda a Gaza afirmou friamente: “Em termos de alimentos, as reservas na Faixa de Gaza são suficientes a curto prazo.” Num momento em que as doenças contagiosas se propagam por toda a Faixa de Gaza, um conselheiro do Ministro da Defesa de Israel escreveu: “As severas epidemias no sul da Faixa de Gaza irão tornar mais próxima a vitória.”7
Esta guerra genocida é um salto horrendo e extremamente assassino nos 75 anos de atrocidades, ocupação militar, limpeza étnica e crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestino. E tem tido um apoio total por parte de Biden e de todas as grandes figuras da classe dominante dos EUA — com um importante apoio financeiro, político e militar.
O puro terror genocida — à vista do mundo inteiro — está a expor a verdadeira natureza dos EUA e de Biden como desapiedados criminosos de guerra, arrancando a fachada dos EUA como “defensores dos direitos humanos” perante as pessoas em todo o mundo, e nos EUA. Milhões de pessoas têm protestado contra o massacre de palestinos cometido por Israel com o apoio dos EUA, incluindo pessoas no interior de instituições governamentais norte-americanas.
Da perspetiva dos interesses mais gerais dos EUA — como “gângsteres legítimos” que procuram controlar o mundo contra rivais igualmente cruéis —, isto está a causar problemas reais. Por isso, publicamente aconselham Israel que demasiados civis foram mortos e que Israel deve moderar a sua campanha. E de facto têm diferenças reais com os governantes israelitas sobre a melhor forma de esmagar e oprimir os palestinos.
Por exemplo, durante a sua recente viagem a Israel, o Secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, declarou publicamente que proteger os civis palestinos em Gaza era “tanto um dever moral como um imperativo estratégico” para Israel. E esta imagem dos EUA como força de restrição de Israel é promovida por meios de comunicação imperialistas como o New York Times, o qual publicou recentemente um artigo de opinião intitulado “Desafiando a pressão dos EUA, Israel intensifica ataque em Gaza” (30 de dezembro de 2023).
Mas — também da perspetiva dos “interesses mais gerais” do império norte-americano, essas diferenças e “preocupações com o povo palestino” são secundários e uma total hipocrisia. A “linha de base” é que os EUA estão a apoiar total e agressivamente a guerra genocida de Israel e estão encharcados em sangue palestino. Apesar do que, repetimos, são diferenças reais, os EUA contam com Israel, apesar de Israel lhes causar problemas. O Médio Oriente é uma região estratégica para dominarem o mundo. E Israel tem desempenhado um papel essencial como “posto avançado de estabilidade” para os interesses norte-americanos nessa região. De todos os “aliados” norte-americanos, Israel é o único país dessa região em que uma significativa percentagem da população não odeia os EUA.
Apesar de falar da boca para fora sobre os palestinos, Lloyd Austin deu total apoio a Israel e à sua guerra: “O compromisso dos EUA com Israel é inabalável e nenhum indivíduo, grupo ou estado deve testar a nossa resolução. (...) Iremos continuar a fornecer a Israel o equipamento de que precisam para defenderem o vosso país, Sr. Primeiro-Ministro [Netanyahu], incluindo munições críticas, veículos táticos e sistemas de defesa aérea.”8
Enquanto milhões de pessoas enfrentam a fome e a doença em Gaza, os EUA bloquearam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que apelavam a um cessar-fogo no conflito. E têm-se recusado a exigir que Israel levante o seu criminoso bloqueio de alimentos, água, medicamentos e combustíveis.
Nas recentes negociações sobre o fornecimento de ajuda humanitária, ameaçaram mesmo um veto se fosse incluída linguagem a apelar a uma nova “pausa” temporária nos combates. Como resultado disso, a resolução que foi aprovada a 22 de dezembro pelo Conselho de Segurança (em cuja votação os EUA se abstiveram, permitindo que fosse aprovada) foi basicamente um estratagema de propaganda: como não houve nenhuma pausa nos combates, foi impossível aos grupos de ajuda humanitária distribuírem os muito necessários alimentos, água, medicamentos, combustíveis e outra ajuda. “Neste momento, não podemos distribuir nenhuma ajuda humanitária. É impossível.”, disse o coordenador médico dos Médicos Sem Fronteiras em Jerusalém. “As pessoas precisam de conseguir obter alimentos e água sem medo de serem bombardeadas, mortas ou baleadas a qualquer momento.”9
Ao mesmo tempo que bloqueavam e impediam a ajuda humanitária de chegar aos habitantes de Gaza, os EUA invocavam uma disposição legal de emergência para acelerar o envio de 147,5 milhões de dólares em projéteis de artilharia e equipamento relacionado, de modo a que não houvesse nenhuma “pausa” na investida genocida de Israel.10 (E a administração Biden e a maioria da classe dominante dos EUA continuam a trabalhar para aprovar uma lei com mais milhares de milhões de dólares de ajuda militar a Israel e à Ucrânia.)11
Porque é que os EUA estão a apoiar Israel até ao limite?
O líder revolucionário Bob Avakian analisou a verdadeira razão pela qual os EUA apoiam Israel de uma maneira tão inabalável:
Porque é que Biden, e basicamente todo o governo e classe dominante dos EUA, apoiam Israel no seu genocídio contra o povo palestino, à vista do mundo inteiro? Isso não se deve ao “poder do lóbi judeu” — nem a nenhuma noção ignorante, ridícula e ultrajante de que “os judeus controlam tudo”. Deve-se ao “papel especial” que Israel desempenha como bastião fortemente armado de apoio ao imperialismo norte-americano numa região estrategicamente importante do mundo (o “Médio Oriente”). E Israel tem sido uma força-chave no cometimento de atrocidades que ajudaram a manter a opressiva dominação do imperialismo norte-americano em muitas outras regiões do mundo.
Isto — manter e impor a dominação assassinamente opressiva do imperialismo norte-americano — é o mesmo motivo pelo qual Biden está a promover uma maior intensificação da guerra por procuração que os EUA estão a levar a cabo contra a Rússia na Ucrânia, bem como novos preparativos para uma guerra com a China, mesmo a custo de arriscar a própria existência da humanidade.
Tudo isto é a verdade de base sobre a realidade essencial. E realça acentuadamente uma vez mais a profunda importância da minha afirmação de que Nós, as pessoas do mundo, já não podemos mais permitir que estes imperialistas continuem a dominar o mundo e a determinar o destino da humanidade. É necessário derrubá-los tão rápido quanto possível. E é um facto científico que não temos de viver desta maneira.12
Ver também:
Algumas verdades básicas sobre a guerra contra a Palestina levada a cabo por Israel com o apoio dos EUA
por Bob Avakian [Ler em inglês/castelhano]
O grave perigo de um genocídio total e a urgente necessidade de intensificar a resistência e a revolução
A guerra genocida dos EUA e Israel contra Gaza é uma reveladora exposição do caráter criminoso, ilegítimo e falido do capitalismo-imperialismo norte-americano e do estado de Israel. Pense-se nos horrores que temos visto nestes últimos três meses. O que serão os “próximos meses” que Netanyahu está a ameaçar?
E devemos levar a sério o aviso de Bob Avakian de que estes imperialistas estão, neste mesmo momento, a “arriscar a própria existência da humanidade” para manterem o seu império de exploração e opressão.
Como escrevemos antes [inglês/castelhano]: “Netanyahu (também conhecido como Netan-nazi) e os governantes de Israel estão a aproveitar o ataque de 7 de outubro do Hamas contra Israel — que incluiu os crimes de guerra de tomada de reféns e assassinato de civis — para tentarem uma ‘solução final’ para o ‘problema palestino’. Isto significa, no mínimo, reduzir os palestinos a uma situação tal que já não poderão representar nenhum obstáculo aos objetivos de Israel. Além disso, poderia significar a expulsão em massa e/ou um massacre a uma escala massiva, para além mesmo do que Israel está agora a levar a cabo.” (Ênfase adicionada)
Neste novo ano, destaca-se com grande urgência a necessidade de intensificar a resistência em massa contra esta guerra genocida, como parte da preparação para a revolução.
Se não estás a protestar, é ISTO o que estás a apoiar
“Estamos a viver em condições que nunca em toda a minha vida eu poderia ter imaginado que fosse possível.” – Uma palestina em Gaza
Se não estás a protestar e a denunciar ativamente contra a guerra de Israel em Gaza, e contra o próprio governo norte-americano por armar, financiar e apoiar essa guerra, EIS o que ESTÁS a apoiar:
Estás a apoiar os bombardeamentos e disparos indiscriminados contra civis. Israel alega que ter apenas como alvo o grupo islâmico reacionário Hamas e os combatentes desse grupo. Isso é mentira. Cidades, aldeias, hospitais, campos de refugiados, edifícios de apartamentos, terrenos agrícolas e até praias têm estado na mira de bombas vindas dos céus e de tanques de guerra e escavadoras no solo, que atingiram mais de 22 mil alvos. Nas primeiras seis semanas da guerra, Israel usou rotineiramente as suas mais devastadoras bombas de 900 quilos, incluindo em 208 zonas que tinha designado como seguras para os civis. Estas bombas têm a capacidade de matar qualquer pessoa num raio de 900 metros! Ler mais
A crescente pressão aberta para expulsar todos os palestinos de Gaza
O jornal israelita Haaretz noticiou que, a 25 de dezembro, o primeiro-ministro Netanyahu (Netan-nazi) realizou uma reunião do partido dele, o Likud, para discutir planos para forçar a remoção das pessoas que vivem em Gaza para fora da Palestina na sua totalidade (!), para outros países. Nessa reunião, Netanyahu disse: “O nosso problema não é permitir a saída, mas a falta de países que estejam dispostos a acolher os palestinos.” E: “Estamos a trabalhar nisso. Esta é a direção para onde estamos a avançar.”
A reunião, e a declaração de Netan-nazi, surgem num momento em que o assassinato em massa e a destruição de casas, sistemas de água, alimentos, energia, saúde, estradas e outras infraestruturas essenciais de Gaza por parte de Israel tornaram insustentável a sobrevivência do povo palestino em Gaza. Os responsáveis pelos horrendos crimes de Israel contra o povo de Gaza estão agora a trabalhar para criar uma opinião pública global em que a expulsão do povo palestino de Gaza seja vista como uma medida “humanitária”!
Num artigo de opinião no Wall Street Journal (13 de novembro de 2023), dois poderosos líderes políticos israelitas, Danny Danon, que foi embaixador na ONU, e Ram Ben-Barak, que foi subdiretor da Mossad (a versão israelita da CIA e do FBI), escreveram:
“É imperativo que a comunidade internacional explore potenciais soluções para ajudar os civis apanhados na crise. (...) As organizações globais com experiência de acolhimento de refugiados devem facilitar a relocalização dos habitantes de Gaza que desejem mudar para países dispostos a aceitá-los. Precisamos apenas de um punhado de nações do mundo que partilhem a responsabilidade de alojar os residentes de Gaza.”
E estes genocidas assassinos em massa tiveram o descaramento cínico e obsceno de alegar que isso se devia a que “a comunidade internacional tem um imperativo moral — e uma oportunidade — de demonstrar compaixão e ajudar as pessoas de Gaza a avançar para um futuro mais próspero e trabalhar em conjunto para alcançar uma maior paz e estabilidade no Médio Oriente.”
O Ministro das Finanças israelita Bezalel Smotrich, um fascista de linha dura e abertamente genocida, saudou o plano de Danon e Ben-Barak, escrevendo que “esta é a solução humanitária para os habitantes de Gaza e para toda a região, após 75 anos de refugiados, pobreza e perigos.”
A reunião do dia de Natal, e as declarações de Netan-nazi de que “estamos a trabalhar” para expulsar o povo palestino de Gaza e de que “Esta é a direção para onde estamos a avançar”, surgiram como resposta às exigências das principais forças do seu próprio partido para acelerarem uma “solução final” genocida em Gaza.
NOTAS:
1 Um relato da revista +972 Magazine revelou que os protocolos que Israel usa para decidir os alvos militares justificam conscientemente a destruição de edifícios inteiros e o assassinato de crianças, para matar mesmo que apenas um único comandante do Hamas. Eles têm uma estratégia consciente de atacar deliberadamente alvos civis, como casas e escolas, a fim de exercerem uma massiva “pressão civil” sobre o Hamas. Segundo um ex-responsável dos serviços secretos, as forças armadas de Israel transformaram-se numa “fábrica de assassinatos em massa”, com um “total desrespeito pelas vidas civis palestinas”.
2 A Guerra Israel-Hamas em mapas e gráficos — Ao vivo, Al Jazeera, 30 de dezembro de 2023.
3 Metade dos habitantes de Gaza está em risco de morrer de fome, avisa a ONU, New York Times, 1 de janeiro de 2024; A fome como arma de guerra: A Human Rights Watch denuncia Israel por negar a Gaza o acesso a alimentos, Democracy Now!, 19 de dezembro de 2023; “Absolutamente inimaginável”: Crianças em Gaza enfrentam amputações sem anestesia, morte e doenças, Democracy Now!, 28 de dezembro de 2023.
4 Quase dois milhões de pessoas concentram-se no sul de Gaza enquanto a luta se intensifica, New York Times, 26 de dezembro de 2023.
5 Israel diz que está a intensificar a sua campanha contra o Hamas, New York Times, 24 de dezembro de 2023.
6 A Convenção para a Prevenção e Repressão do Delito de Genocídio adotada em 1948 pela ONU define o genocídio como “atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tais como: assassinato de membros do grupo; atentado grave à integridade física e mental de membros do grupo; submissão deliberada do grupo a condições de existência que acarretarão a sua destruição física, total ou parcial.” [Ler em português]
7 EUA abstêm-se no voto no Conselho de Segurança da ONU que apelava a mais ajuda humanitária para Gaza, PBS Newshour, 22 de dezembro de 2023; Soldado israelita morre de infeção fúngica em Gaza num momento em que se agrava a crise de saúde pública, Democracy Now!, 27 de dezembro de 2023.
8 Em Telavive, o Chefe do Pentágono afirma que as ligações EUA-Israel são “inabaláveis” e promete mais armas para Israel, Democracy Now!, 19 de dezembro de 2023.
9 Sem uma trégua, a Resolução da ONU pouco pode fazer por Gaza, dizem grupos de ajuda humanitária, New York Times, 23 de dezembro de 2023.
10 Os EUA já tinham invocado esta disposição legal em dezembro de 2023 para facilitar a venda pelo governo norte-americano de cerca de 13 mil cartuchos de munições de tanques a Israel. “Os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel e é vital para os interesses nacionais dos EUA ajudar Israel a desenvolver e manter uma capacidade de autodefesa forte e preparada”, dizia a declaração sobre esta última entrega, acrescentando: “Cabe a todos os países empregar as munições de uma maneira consistente com a lei humanitária internacional.” Talvez devessem carimbar esta isenção de responsabilidade em todas as bombas especiais genocidas de 900 quilos que estão a fornecer a Israel!
11 Desafiando a pressão dos EUA, Israel intensifica ataque em Gaza, New York Times, 30 de dezembro de 2023.
12 “A PALESTINA, ISRAEL E O IMPERIALISMO: A GUERRA, O PERIGO DE UMA GUERRA AINDA MAIOR — E A REVOLUÇÃO. ORIENTAÇÃO DE BASE, AGITAÇÃO CONVINCENTE E MOBILIZAÇÃO DAS MASSAS”, por Bob Avakian, 23 de outubro de 2023.