Da edição online do jornal Revolution/Revolucón, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA (atualizado a 4 de janeiro de 2020 em inglês em revcom.us/a/628/US-carries-out-assassination-of-iranian-leader-and-escalates-conflict-en.html e a 5 de janeiro em castelhano em revcom.us/a/628/EU-lleva-a-cabo-el-asesinato-de-dirigente-irani-y-agrava-el-conflicto-es.html).
Sobre o assassinato de Soleimani pelos EUA e o aumento do perigo de guerra:
Oponhamo-nos à agressão imperialista norte-americana
— Trump e Pence fora já!
Ergamo-nos em solidariedade com os camaradas revolucionários no Irão
Ao mesmo tempo que nós, como revolucionários dentro dos Estados Unidos, damos as boas-vindas à derrota dos nossos próprios governantes em qualquer conflito, também apoiamos o movimento revolucionário dentro do Irão que visa derrubar os próprios governantes deles, como parte da emancipação da humanidade. Este movimento — liderado pelo Partido Comunista do Irão (Marxista-Leninista-Maoista), que defende o novo comunismo desenvolvido por Bob Avakian — está a lutar para derrubar os próprios opressores deles, como parte da luta por um mundo inteiramente novo. Nós estamos com eles na firme oposição aos ataques norte-americanos e a uma potencial invasão, e na luta para fazer a revolução, a fim de eliminar todas as relações de opressão e desigualdade neste mundo, e fazer nascer um novo mundo de emancipação humana.
“Estes imperialistas fazem com que o Padrinho pareça a Mary Poppins.”
Bob Avakian, O BÁsico 1:7
“O imperialismo significa grandes monopólios e instituições financeiras que controlam as economias e os sistemas políticos — e as vidas das pessoas —, não apenas num país, mas em todo o mundo. O imperialismo significa exploradores parasitas a oprimir centenas de milhões de pessoas e a condená-las a uma miséria indescritível; os mercados financeiros parasitas podem fazer com que milhões de pessoas morram à fome apenas com o pressionar de uma tecla de computador, ao deslocarem assim grandes quantidades de riqueza de um lugar para outro. O imperialismo significa a guerra — a guerra para esmagar a resistência e a revolta dos oprimidos, e a guerra entre estados imperialistas rivais —, significa que os dirigentes desses estados podem condenar a humanidade a uma inacreditável devastação, talvez mesmo a aniquilação total, com o premir de um botão.
O imperialismo é o capitalismo na etapa em que as suas contradições fundamentais se elevaram a níveis terrivelmente explosivos. Mas o imperialismo também significa que haverá uma revolução — com os oprimidos a se erguerem para derrubar os seus exploradores e atormentadores — e que esta revolução será uma luta a nível mundial para varrer o monstro global, o imperialismo.”
Bob Avakian, O BÁsico 1:6
“Os interesses, objectivos e grandes planos dos imperialistas não são os nossos interesses — não são os interesses da grande maioria da população dos Estados Unidos, nem da esmagadora maioria da população de todo o mundo. E as dificulades que os imperialistas criam a si mesmos ao promoverem os interesses deles devem ser entendidas, e ter uma resposta, não do ponto de vista dos imperialistas e dos interesses deles, mas do ponto de vista da grande maioria da humanidade e da necessidade fundamental e urgente de um mundo diferente e melhor, de um outro caminho.”
Bob Avakian, O BÁsico 3:8
O mundo foi abalado pelo assassinato do general iraniano Qassim Soleimani pelos Estados Unidos. Soleimani era o comandante da Força al-Quds, uma força do governo iraniano que controla milícias em diferentes países da região. O assassinato de um alto responsável do governo de um estado soberano no solo de outro estado soberano é objetivamente um ato de guerra por parte dos Estados Unidos. Este assassinato irá provocar uma espiral de respostas taco-a-taco que implica graves perigos para a população dessa região, e do mundo como um todo.
Para que fique claro: Soleimani foi um carniceiro de longa data do regime reacionário iraniano, e ele próprio cometeu verdadeiros crimes contra o povo. Mas a carnificina feita pelos Estados Unidos só nessa região é mil vezes maior que qualquer coisa que pessoas como Soleimani poderiam sonhar! É criticamente importante que as pessoas nos Estados Unidos se oponham a este ato de guerra norte-americano com uma ação política de massas.
Porque é que, em primeiro lugar, os Estados Unidos levam a cabo assassinatos e mortes em massa no Médio Oriente?
O propósito da presença dos soldados e mercenários dos Estados Unidos no Médio Oriente é o seguinte: dominar uma parte estratégica e vital do mundo que tem recursos petrolíferos e energéticos. Os Estados Unidos visam não apenas pilhar esses recursos, mas ainda mais ganhar vantagem sobre outras potências rivais e aliadas como a China, o Japão e a Europa, as quais precisam desses recursos (e entrar em disputa com potências locais como o Irão que também procuram projetar a influência delas na região). Para isso, os Estados Unidos invadiram diretamente o Iraque e o Afeganistão, patrocinaram guerras e golpes de estado levados a cabo por substitutos e fantoches em muitos mais países, e levaram a cabo assassinatos com drones em toda a região. Só nas últimas três décadas, milhões de pessoas comuns morreram nessa região devido a estes conflitos, e a imensíssima maioria destes assassinatos foram “fabricados nos EUA”.
Trump já está a dizer que o objetivo foi “salvar vidas norte-americanas”. Deixando de lado o verdadeiro objetivo deste assassinato — ou seja, lutar pela dominação norte-americana de toda uma região — e o que estes “agentes norte-americanos” estão lá a fazer em primeiro lugar (que tem sido agir como ferramentas solícitas para o assassinato e a brutalidade envolvidos nessa “missão”), deixem-nos assinalar a seguinte afirmação fundamental de Bob Avakian: “As vidas norte-americanas não são mais importantes que as vidas das outras pessoas.”
Estas guerras e crimes de guerra são o produto de um sistema, o capitalismo-imperialismo dominado pelos Estados Unidos. Este sistema tritura diariamente a vida de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo. As guerras que o sistema leva a cabo, geração após geração, são uma grande razão pela qual é necessário derrubá-lo, através de uma revolução. E, de facto, a humanidade não precisa deste sistema — poderia viver de uma maneira totalmente diferente! Há uma Constituição para a Nova República Socialista na América do Norte, escrita por Bob Avakian, que estabelece um modelo de como uma sociedade revolucionária no caminho para a emancipação se poderia relacionar com o resto do mundo: eliminar as relações de exploração e pilhagem, sarar ativamente as feridas do passado e superar as desigualdades de hoje. O facto de estes crimes serem desnecessários torna tudo ainda mais doloroso e intolerável.
Confrontos na cúpula do poder, oportunidades para o povo
Além de um qualquer “efeito boomerang” de diferentes tipos que os Estados Unidos possam obter no exterior, há também a oposição dentro dos Estados Unidos. No fim de semana de 4 e 5 de janeiro houve manifestações em todos os Estados Unidos, e é necessário que haja mais. As forças da classe dominante dos Estados Unidos que se opõem a Trump (os líderes democratas e os média liberais como a CNN, o New York Times, etc.) estão a levantar questões. Alguns deles preocupam-se com que este assassinato tenha sido uma ação impulsiva, sem nenhuma estratégia viável por trás dela, que poderia ter resultados contraproducentes muito sérios para os Estados Unidos. Outros assinalam a maneira como os aliados, e os adversários, dos Estados Unidos em todo o mundo se estão a opor a esta situação. Outros questionam abertamente as motivações de Trump e assinalam todo o historial dele de mentiroso habitual e egoísta.
Em geral, esta oposição baseia-se no que poderia promover os interesses dos Estados Unidos na região — ou seja, os interesses imperialistas norte-americanos —, e muitas vezes exprime-se abertamente nesses termos, e os seus porta-vozes geralmente reforçam a ideia de que os Estados Unidos são “os bons rapazes” na região. Estas ideias são falsas e nocivas e têm que ser combatidas. Mas estes conflitos também criam mais espaço para que outros levantam questões e para diferentes tipos de oposição.
Tudo isto tem lugar no contexto da destituição de Trump e do iminente julgamento dele no Senado. Sem dúvida, Trump irá usar este ataque contra o Irão e qualquer conflito que resulte dele para exigir uma “unidade nacional” à volta dele. Mas isto pode não ser tão fácil de fazer, especialmente se se espalhar a suspeita de que ele pode ter ordenado o ataque em parte para servir a luta dele para se manter no poder.
Para que fique claro: embora os democratas sejam eles próprios defensores deste sistema criminal e, em última instância, seja necessário derrubar este mesmo sistema, o regime fascista de Trump e Pence representa uma ameaça urgente e imediata para a humanidade — uma ameaça simultaneamente realçada e agravada por este ataque — e é necessário derrubar este regime, já. Neste contexto, e especialmente com as forças na cúpula da sociedade agora divididas, se as pessoas levarem a cabo o tipo de protestos massivos, sustentados e não-violentos para exigirem a expulsão de todo o regime pelos quais estão a lutar a RefuseFascism.org e o Movimento #OUTNOW!, isto poderia mudar toda a equação para algo melhor.
Aproveitemos a oportunidade.
EUA FORA DO MÉDIO ORIENTE!
FORA JÁ COM O REGIME FASCISTA DE TRUMP E PENCE!
REVOLUÇÃO — E NADA MENOS!