Da edição n.º 539, de 16 de abril de 2018, do jornal Revolution/Revolución, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA (http://revcom.us/a/539/michael-slate-interviews-asaad-abu-sharkh-on-the-great-march-of-return-en.html, em inglês).

 

Michael Slate entrevista Asaad Abu Sharkh sobre a Grande Marcha Pelo Regresso:

“Queremos viver com honra e dignidade. Não podemos ser reduzidos a seres sub-humanos... com Israel a matar-nos todos os dias”

O seguinte texto é extraído de uma entrevista a Asaad Abu Sharkh, membro do comité organizador da Grande Marcha Pelo Regresso, radiodifundida a 13 de março de 2018 no programa The Michael Slate Show da rádio KPFK Pacifica. A entrevista completa está disponível em inglês em themichaelslateshow.com. O The Michael Slate Show vai para o ar todas as sextas-feiras às 10h (hora da costa oeste dos EUA) na rádio KPFK 90.7 FM em Los Angeles. O programa (em inglês) pode ser ouvido aqui em streaming ao vivo e os programas arquivados podem ser ouvidos e descarregados aqui.

O Revolution/Revolución/revcom.us reproduz algumas entrevistas do The Michael Slate Show para familiarizar os nossos leitores com os pontos de vista de importantes figuras das artes, do teatro, da música e da literatura, da ciência, do desporto e da política. Os pontos de vista expressos por esses entrevistados são, claro, deles mesmos; e eles não são responsáveis pelos pontos de vista publicados noutros lugares do Revolution/Revolución/revcom.us.

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Michael Slate: Na sexta-feira, 30 de março, as forças militares israelitas abriram fogo sobre milhares de palestinos desarmados que participavam num protesto não violento ao longo da fronteira de Gaza com Israel. Quinze manifestantes foram mortos pelas tropas israelitas; mais de 1400 foram feridos por balas, disparos de tanques, balas de borracha e gás lacrimogéneo. No sábado, 31 de março, mais 49 manifestantes desarmados foram feridos pelo fogo da artilharia israelita. Uma semana depois, milhares de palestinos protestaram novamente, exigindo o seu direito a regressarem às terras que foram roubadas ao povo palestino. As tropas israelitas responderam com um cruel fogo de artilharia e mais 10 palestinos foram mortos e mais 1000 ficaram feridos.

Em dois dias, 30 palestinos foram mortos e 2500 ficaram feridos. Mas, face a isto, o povo palestino não irá recuar – exigindo o direito a regressar à terra que lhe foi roubada pelo regime sionista de colonos. Foi desencadeado um movimento que tem atraído dezenas de milhares de palestinos com um plano para levarem a cabo uma série de marchas que irão culminar numa marcha de um milhão de pessoas em meados de maio, para corresponder com o 70º aniversário da instauração do regime de colonos israelitas, com a abertura da nova embaixada norte-americana em Jerusalém e com a Nakba, o dia que marca o roubo da Palestina pelos sionistas em 1948.

Junta-se a nós para falar sobre tudo isto Asaad Abu Sharkh, um membro e porta-voz do comité organizador dos protestos conhecidos como a Grande Marcha Pelo Regresso. Asaad, bem-vindo ao programa.

Asaad Abu Sharkh: Muito obrigado.

Michael Slate: Falemos primeiro sobre o que é a Grande Marcha Pelo Regresso.

Asaad Abu Sharkh: Esta Grande Marcha Pelo Regresso é organizada pelo povo palestino, pelo Comité de Refugiados, por professores universitários, por sindicatos, trabalhadores, académicos – todos os setores do povo palestino, incluindo escolas e organizações de mulheres. Toda a gente na Palestina está a organizar esta Grande Marcha Pelo Regresso. Como o nome pode sugerir, é pelo regresso às terras e propriedades de que eles foram desapropriados e desenraizados pelo gangue sionista em 1948. Desde essa altura que têm mantido o sonho e o desejo de regressar a essas terras e propriedades. Deixem-me lembrar a toda a gente que em 1948 as Nações Unidas aprovaram a Resolução n.º 194 que exige o regresso de todos os refugiados que foram expulsos pelo gangue sionista pela força das armas.

Contudo, Israel nunca implementou essa resolução. Israel ignorou totalmente essa resolução e ela caiu em orelhas moucas. Desde essa altura que o povo palestino tem vindo a ansiar e a desejar o regresso. É por isso que está a pedir à comunidade internacional, aos povos de todo o mundo, às democracias de todo o mundo, aos parlamentares de todo o mundo – uma intervenção do mundo inteiro para ajudar a reparar os males cometidos contra ele e lhe permitir regressar às suas terras e propriedades e a viver em paz e justiça e igualdade nas suas terras, nas suas casas, na Palestina. Isto é muito, muito importante para a paz e a estabilidade no Médio Oriente.

O direito e o sonho do regresso

Asaad Abu Sharkh: O povo palestino, vários setores do povo palestino – as famílias com avôs, pais, filhos, filhas e esposas da sociedade palestina em Rafa, em Al Hanoun, em muitas aldeias, cidades e campos de refugiados palestinos – manifestaram-se em direção à fronteira ou à linha de trégua imposta pelo regime sionista de colonos. E eles vão para lá e sentam-se nesses acampamentos. Eles dançam Dabke, cantam, conversam, comem, manifestam-se, olham para as suas cidades e aldeias que perderam em 1948, para a terra de que foram expulsos pela força das armas em 1948 para respirarem a brisa fresca do país, para o verem e mandarem uma mensagem e um clamor ao mundo inteiro de que os refugiados palestinos não podem esquecer e nunca esquecerão o direito deles ao regresso. Cada um e todos os palestinos têm um sonho, o sonho do regresso, o sonho de viverem em paz – não a Pax Israel, não a Pax America – uma paz com justiça e igualdade e nas terras ancestrais deles e nas casas deles de que foram expulsos para o deserto pelos gangues sionistas.

Portanto, isto são manifestações não violentas e pacíficas segundo o modelo de Martin Luther King, Gandhi, Nelson Mandela e todos esses grandes líderes que se manifestaram e marcharam pela liberdade para obterem os seus próprios direitos. Somos seres humanos como qualquer outro ser humano. Queremos viver com honra e dignidade. Não podemos continuar a viver vidas miseráveis, ser reduzidos a sub-humanos, a animais, nesses campos de refugiados, privados de tudo, sob ocupação, sob um cerco hermético e medieval com Israel a matar-nos todos os dias. A cada dia que passa, Israel comete massacres contra nós com o mundo inteiro infelizmente a fazer orelhas moucas e com os Estados Unidos da América a dar-lhe um apoio ilimitado, protegendo [Israel] nas Nações Unidas através do veto deles e fornecendo-lhe armas modernas para eles cometerem mais massacres. Até agora, Israel cometeu mais de 40 massacres contra o povo palestino, documentados por Ilan Pappé e outros historiadores israelitas.

É por isso que gritamos ao mundo inteiro para que nos seja feita justiça, para que sejamos tratados como seres humanos, para que imponha sanções a Israel, para que processe os dirigentes israelitas como criminosos de guerra, para que desinvista em Israel e use o BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções), como fizeram com a África do Sul, para impor que Israel nos permita regressar e devolva as nossas terras para vivermos em honra e paz e dignidade. Estamos prontos a viver com judeus, com cristãos, com muçulmanos, com todo o tipo de pessoas para fazermos a nossa parte para contribuirmos para o bem-estar, a civilização, o progresso – para vivermos como seres humanos, porque o povo palestino é um povo dinâmico e nós podemos contribuir muito se houver paz e segurança.

Porém, se não houver paz e segurança para os palestinos haverá sempre crueldade e insegurança nesta parte do mundo porque nós somos bastante determinados. Estamos decididos a ter o nosso direito a regressar, sobretudo dado que as Nações Unidas aprovaram muitas vezes essa Resolução e o mundo tentou fazer pressão sobre Israel. Contudo, os israelitas ignoraram todas essas resoluções e, em vez disso, construíram mais colonatos, trouxeram mais judeus, bombardearam mais palestinos, cometeram mais massacres. Eles têm feito guerras genocidas, para fazerem uma limpeza étnica do povo palestino. Eles usam a seguinte estratégia: Primeiro, cometeram genocídio contra o povo palestino, uma guerra genocida – e depois um etnocídio e a seguir um memoricídio, um politicídio e depois um sociocídio, um urbanicídio – todos os cídios. Este tipo de crimes cometidos pelos israelitas foram reportados por historiadores israelitas e eles são na realidade crimes contra a humanidade, pelo que todos os senhores da guerra sionistas têm de ser levados ao tribunal penal internacional para serem julgados pelos massacres e crimes que têm cometido contra o povo palestino desde 1948.

Quando os palestinos, quando nós vamos para as nossas fronteiras, os israelitas recebem ordens para disparar a matar, para atirar para mutilar e para usar a máxima violência, até contra fotógrafos, como foi o caso de Yaser Murtaja. Este foi um caso claro. Ele empunhava uma máquina fotográfica e tinha “Imprensa” escrito nas costas dele, e mesmo assim eles mataram-no simplesmente porque não querem que seja divulgada esta imagem, que ela seja transmitida ao mundo inteiro para esconderem os crimes deles contra o povo palestino.

Portanto, o povo palestino continua a fazer estas marchas sem parar até o cerco ser levantado, até que o nosso direito de repatriamento seja implementado e até que seja feita justiça e nós desfrutemos de uma vida com honra, segurança, igualdade e justiça nas nossas próprias casas e nas terras de que fomos expulsos em 1948.

Gaza: “Vida e morte, morte e vida”

Michael Slate: Quais são as condições em que o povo palestino está a ser forçado a viver em Gaza?

Asaad Abu Sharkh: Bem, a melhor descrição do que está a acontecer em Gaza é uma descrição de T. S. Eliot – vida e morte e morte e vida. Gaza é agora um terreno improdutivo, uma terra de desperdício. É uma vida de miséria e de campos de refugiados. Estamos privados de tudo. Fomos desapropriados. Não há comida suficiente. Não há medicamentos suficientes. Não nos podemos movimentar. Negam-nos a possibilidade de viajar. No litoral, Gaza é agora totalmente mar. Sofre com um cerco hermético, medieval e estrangulador. Por exemplo, os estudantes não podem sair para irem para as universidades deles. Nem sequer os professores universitários podem entrar, por exemplo, em nenhum programa de intercâmbio. Os doentes não conseguem obter medicamentos e as pessoas morrem. Centenas ou milhares de pessoas morreram devido ao cerco. E podemos dizer que a taxa de desemprego na Faixa de Gaza está bem cima dos 70 por cento. E os cortes de energia elétrica, só temos três horas de eletricidade por dia, apenas três horas – imaginem ter apenas três horas de eletricidade.

Gaza está demasiado abarrotada. Agora em Gaza, somos bem mais de dois milhões de pessoas numa área que não tem mais de 365 quilómetros quadrados. Esta é a zona mais abarrotada, a zona mais sobrepovoada do mundo. Há doenças sociais. Há todos os tipos de doenças, a começar pelo cancro, e nós vivemos numa miséria até ao limite, é um campo de concentração que está em total esquecimento e com o qual ninguém se preocupa. Por exemplo, ninguém atravessa os postos fronteiriços que estão fechados há muitos anos. Ninguém vem ajudar o povo palestino a recuperar os seus próprios direitos. A situação em Gaza, que está demasiado abarrotada, é miserável e miserável e miserável. É desumanizadora, rebaixante. A distorção é miserável em todo o sentido da palavra. É, como eu já disse, vida e morte e morte e vida.

A Grande Marcha Pelo Regresso

Michael Slate: Qual foi a resposta das pessoas quando ouviram falar na convocatória para esta Grande Marcha Pelo Regresso e de todas as ações de preparação para ela?

Asaad Abu Sharkh: A resposta do povo palestino, de todo o povo palestino, nos campos de refugiados, nas cidades, no interior – onde quer que estejam, todos eles, aos milhares, às centenas de milhares, manifestaram-se, participaram na marcha até à linha de trégua, levando os filhos, quer fossem jovens, estudantes universitários, crianças pequenas, crianças, velhos, muito velhos, mulheres, homens – todos os setores do povo palestino se mobilizaram e há acampamentos montados com tendas brancas ao longo da fronteira, desde Rafa até Beit Hanoun, que é de cerca de 45 quilómetros. É uma fronteira e as pessoas vão até lá e, como já disse, dançam Dabke, comem, ouvem conferências, manifestam-se, caminham, reúnem-se. Falam sobre os seus sonhos porque, como eu já disse, todos os palestinos têm um sonho. Eles agora gritam: “Eu tenho um sonho!” – o sonho do regresso, do regresso à terra de que eu fui expulso, à terra usurpada, roubada pelos Hitler-sionistas em 1948. E, depois disso, para todo o povo palestino, no interior da Palestina, incluindo os palestinos fora da Palestina, rezam por nós, olham para a fronteira com os seus próprios olhos. Eles sonham com o direito a regressar, para todos os palestinos.

E é por isso que eu penso que esta Marcha Pelo Regresso vai continuar. Penso que todos os campos de refugiados – onde quer que estejam, se lhes for dada a oportunidade, seja no Egito, na Síria, no Líbano, na Jordânia, na Cisjordânia –, se forem autorizados pelo regime, também irão organizar marchas e montar tendas à volta da Palestina para mandarem a mensagem deles ao mundo inteiro: Estamos fartos desta vida de miséria!

Tudo aquilo de que precisamos, tudo aquilo que pedimos, é ver implementados os nossos direitos de repatriamento. E isto está de acordo com a Resolução 194 das Nações Unidas e a Resolução 3236 das Nações Unidas que defende o nosso direito de regresso, o nosso direito à autodeterminação sem interferência externa, o nosso direito a um estado, o nosso direito à independência, o nosso direito à soberania – ou seja, a vivermos como seres humanos. A que esta vida de desumanização, esta vida de animalização, não continue. Não iremos aceitar isto. É por isso que esperamos que o nosso apelo não venha a cair em orelhas moucas e que todos os povos do mundo irão estar à altura das suas responsabilidades, pondo pressão sobre Israel, forçando Israel a retirar-se da nossa terra, a levantar o seu cerco e a dar-nos os nossos próprios direitos. E depois apelamos à comunidade internacional para levar esses criminosos de guerra a serem responsabilizados pelos crimes contra a humanidade que eles cometeram contra o povo palestino.

A estratégia genocida de Israel

Michael Slate: O regime sionista diz que estes protestos são “ajuntamentos terroristas virados para a violência”. Eles alegam que os palestinos “montaram um ataque militar contra nós e por isso nós vamos avançar em força com tudo o que temos para os atacar.” O que dizes em relação a isto e qual foi a resposta de facto do exército israelita?

Asaad Abu Sharkh: Os israelitas continuam a mentir e a mentir e a mentir sempre. Isso é um monte de mentiras, descaradas, contra o povo palestino. Tudo o que pedimos é a implementação das resoluções da ONU. Essas resoluções foram aprovadas pela comunidade internacional. Há muitas resoluções aprovadas que Israel tem ignorado – Israel, claro, com o apoio dos Estados Unidos da América, protegido pelos Estados Unidos da América, recebendo as mais importantes armas de destruição, desde os F-15 aos F-16, para fazerem tudo o que puderem para aniquilar o povo palestino. Israel tem cometido massacres contra o povo palestino. Por exemplo, há muitas resoluções que exigem que Israel se retire da nossa terra. Até agora, Israel tem-se recuado a retirar. Construíram mais colonatos. Ampliaram a fronteira. Expandiram os colonatos. Trouxeram mais judeus, bombardearam mais palestinos, simplesmente porque o projeto sionista se baseia na limpeza étnica do povo palestino.

Eu acabei de listar a estratégia usada pelos israelitas contra o povo palestino, desde as guerras genocidas aos massacres, para o matar a cada dia e todos os dias. E gostava de vos recordar que um dos generais israelitas disse: “Se não matarmos e não matarmos mais, não poderemos continuar a existir.” E [o primeiro-ministro israelita Menachem] Begin disse uma vez que, sem o Massacre de Deir Yassin [em 1948], não poderia ter havido o estado de Israel. É esta a argumentação de Sharon, de Netanyahu e [do Ministro israelita da Defesa Avigdor] Lieberman que deu ordens para: “Atirarem a matar; atirarem para mutilar”.

(...) A cada dia, a cada minuto, os aviões de guerra israelitas, os drones israelitas, estão a observar tudo, e eles até estão a enviar os espiões deles. Eles usam a guerra psicológica deles. Eles usam todos os meios de guerra psicológica, e armas militares, para aniquilarem e fazerem desaparecer os palestinos, para os fazerem desaparecer do mapa. Porque esta é a estratégia do Hitler-sionismo, da Hitler-colonização que se baseia na limpeza étnica do povo palestino, não só na Faixa de Gaza, mas também em Jerusalém, nas zonas ocupadas em 1948, no Mandato Palestino. Infelizmente, eles têm sido apoiados pelos vários e muitos governos norte-americanos, de Truman a Trump, e pelos governos ocidentais. Agora, eles estão a ser apoiados pela administração Trump que está a pensar dar-lhes aquilo a que chamam o pacote, ou o acordo do século, para nos negarem todos os nossos direitos e perpetuarem a nossa miséria e a ocupação da nossa terra. (...)

Michael Slate: Estes protestos estão previstos culminar com uma Grande Marcha Pelo Regresso a 15 de maio, que é, como disseste, o aniversário do roubo da pátria palestina, a Nakba, ou a Catástrofe, e a instauração do estado de colonos de Israel como posto avançado do imperialismo norte-americano. O que as pessoas podem esperar que aconteça?

Asaad Abu Sharkh: Recordar o 15 de maio de 1948. O 15 de maio de cada ano marca a Nakba palestina, a limpeza étnica do povo palestino pelo regime sionista. E é por isso que os palestinos, onde quer que estejam, e nós estamos a tentar agora, aqui e em todo o lado, estar em contacto com os palestinos, seja na Cisjordânia, no Líbano, na Jordânia, em toda a Palestina, para que se manifestem, de uma maneira não violenta e pacífica rumo à fronteira da Palestina, todos os palestinos em uníssono, sob a bandeira palestina, para dizer ao mundo inteiro que nós vamos regressar.

O nosso direito a regressar é individual, é coletivo, é legal, é legítimo e é inalienável, tal como declarado pelas Nações Unidas. O nosso direito a regressar é o nosso direito a regressar e nós queremos dizer ao mundo inteiro que todo o povo palestino, onde quer que esteja, sonha com esse direito a regressar. Vamos dizer ao mundo inteiro que nunca, nunca poderá haver paz nem estabilidade no Médio Oriente enquanto nós continuarmos a ser refugiados, sem casa, deslocados, neste deserto, a viver em condições miseráveis enquanto Israel traz mais judeus para ocuparem mais terras para desfrutarem da vida na nossa terra e para nos desumanizarem e nos fazerem viver nestes campos de concentração desumanizadores e miseráveis.

Ora, isto vai ser o clímax. Porém, estas marchas irão continuar e continuar e continuar, até obtermos e conseguirmos o nosso direito a regressar, tal como estipulam as resoluções da ONU e as resoluções de direitos humanos e a lei humanitária internacional, e com o apoio de todas as pessoas que amam a paz, de todas as pessoas que amam a liberdade em todo o mundo. É por isso que temos um grito específico e apelamos aos nossos amigos norte-americanos, ao povo norte-americano, para fazerem pressão sobre Trump, para fazerem pressão sobre o Congresso, para fazerem pressão sobre o governo, para que nos seja feita justiça.

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