Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 10 de Novembro de 2008, aworldtowinns.co.uk
Obama, Israel e o Irão
Depois de ganhar, o presidente eleito Barack Obama começou imediatamente a dar ao mundo más notícias. A primeira nomeação dele, para o lugar chave de chefe de equipa, foi a de Rahm Emanuel.
Num artigo publicado a 5 de Novembro de 2008 na página Web A Intifada Electrónica, Ali Abunimah escreveu o seguinte:
“Rahm Emanuel nasceu em Chicago, Ilinóis, em 1959, filho de Benjamim Emanuel, um pediatra que, nos anos 40, ajudou a contrabandear armas para a Irgun, a milícia sionista do ex-primeiro-ministro israelita Menachem Begin. A Irgun levou a cabo inúmeros ataques terroristas contra civis palestinianos, incluindo o ataque bombista ao Hotel Rei David em Jerusalém em 1946.”
“Emanuel continuou a tradição do seu pai de apoio activo a Israel: durante a Guerra do Golfo em 1991, ofereceu-se para ajudar na manutenção dos veículos militares israelitas perto da fronteira com o Líbano, quando o sul do Líbano ainda estava ocupado pelas forças israelitas.”
“Como director político da Casa Branca da primeira administração Clinton, Emanuel orquestrou a famosa cerimónia de assinatura em 1993 da ‘Declaração de Princípios’ entre o líder palestiniano Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin [que assinalou a aceitação por Arafat da existência do estado de Israel – esta capitulação, porém, não resultou em nenhuma recompensa dos EUA de Clinton e Israel continuou o chamá-lo terrorista e a persegui-lo até à sua morte]. Emanuel foi eleito para o Congresso em representação de um distrito do norte de Chicago em 2002 e crê-se que tenha tido um papel chave na obtenção de uma maioria do Partido Democrata nas eleições intercalares de 2006. Ele foi um proeminente apoiante das políticas económicas neoliberais de comércio livre e de reforma da segurança social.”
Durante a sua campanha eleitoral, Obama foi mais longe que qualquer anterior dirigente governamental norte-americano a comprometer-se no seu apoio a Israel, incluindo prometer entregar a Israel o controlo total da importante cidade palestiniana de Jerusalém, uma posição que nem sequer George W. Bush nem o actual partido governamental de Israel tomaram.
Há aqui dois pontos a salientar.
Um, é que Obama escolheu Emanuel e que o fez depois da campanha eleitoral, para que ninguém pudesse pensar que apenas estava a tentar obter o apoio do lóbi sionista.
O outro diz respeito ao Irão. Na sua primeira conferência de imprensa após as eleições, um jornalista pediu a Obama que fizesse um comentário sobre uma carta do Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad a felicitá-lo pela sua vitória eleitoral e aludindo a uma hipótese de mudar o curso das relações entre os dois países. Obama recusou-se a comentar. Em vez disso, disse achar “inaceitável o desenvolvimento pelo Irão de uma arma nuclear. Temos que montar um esforço internacional para impedir que isso aconteça. O apoio do Irão a organizações terroristas é, penso eu, algo que tem que acabar.”
Isto é uma declaração típica de um promotor da guerra. Sejam quais forem as intenções da República Islâmica, Obama está claramente a repetir as mentirosas tentativas do regime Bush de aterrorizar as pessoas com o espectro de um ataque nuclear iraniano e o apoio iraniano a supostos alvos da “guerra ao terrorismo” dos EUA. São as mesmas palavras belicistas que temos ouvido do regime Bush, o qual era franco quanto à sua vontade de atacar o Irão em defesa dos interesses e dos objectivos políticos dos EUA. Obama disse, durante a sua campanha eleitoral, que esse ataque estava “na mesa” e agora, como presidente eleito, continua a dizê-lo.
A ligação entre estes dois pontos é a seguinte: o nomeado por Obama, Emanuel, apoiou em Outubro de 2002 a resolução conjunta do Congresso que autorizava a Guerra do Iraque e obteve a alcunha que tinha em Washington de “Rahm-bo”. Além disso, qualquer ataque dos EUA ao Irão, a ocorrer, ocorrerá provavelmente em ligação com Israel, tanto em termos militares como da propaganda para a justificar como um passo em “defesa” da existência de Israel, um estado cuja existência depende da opressão do povo palestiniano, um estado que não poderia existir se não fosse pelo papel que desempenha como posto avançado e polícia dos EUA no Médio Oriente.