Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 13 de Dezembro de 2004, aworldtowinns.co.uk
Índia proíbe manifestações a favor dos maoistas
As autoridades indianas fizeram prisões em massa contra as manifestações convocadas para celebrar a fundação do Partido Comunista da Índia (Maoista).
Durante quase dez dias, dezenas de activistas estiveram acampados e a fazer uma campanha na capital indiana em preparação desse acontecimento, “divulgando a novidade em dezenas de reuniões nas esquinas e em teatros de rua, celebrando essa unificação e apelando às massas para se revoltarem contra a injustiça, a exploração e a repressão das nacionalidades, dos dalits [‘intocáveis’], das mulheres e dos movimentos populares”, diz um comunicado à imprensa do Comité de Solidariedade em Defesa das Lutas Revolucionárias. Esses organizadores foram detidos na manhã de 25 de Novembro.
Nesse dia e à última hora, as autoridades cancelaram a autorização para a realização de uma reunião pública nos terrenos do Ferozeshah Kotla, no coração da cidade. Quando as massas começaram a dirigir-se para o Lal Quila (Forte Vermelho) para mesmo assim fazer uma reunião, a polícia deteve centenas de pessoas nas ruas e outras no local de destino. Foram presos centenas de apoiantes revolucionários que chegavam de estados distantes, à medida que deixavam as estações dos comboios. No total, mais de 1600 pessoas foram detidas.
“As forças revolucionárias já estão a edificar em paralelo um poder estatal das massas populares em vastas áreas das selvas e das planícies do Andhra Pradesh, Bihar, Jharkhand, Chhatisgarh, Dandakaranya e Telengana Norte”, explicava um outro comunicado dos organizadores à imprensa. “O clarim já ressoa no ar e as classes reaccionárias deste país estão a ficar preocupadas com o facto de a maré revolucionária que está a ser erigida nessas vastas áreas poder vir a submergir o país e destruir o sistema desumano, antipopular e opressivo sobre o qual elas assentam.”
No estado do Bihar, onde a luta armada revolucionária está a decorrer há muitos anos, em Patna e noutras cidades, a polícia recorreu a lathis (bastões) e a detenções em massa para impedir as manifestações programadas para 4 de Dezembro para assinalar a fundação do novo partido pelo antigo Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) (Guerra Popular) e pelo Centro Comunista Maoista da Índia. “Cerca de 15 000 pessoas tinham chegado a Maidan em Patna na noite anterior”, relata uma declaração do Fórum de Resistência Popular de Toda a Índia. “A polícia chegou a meio da noite e, sem qualquer aviso ou provocação, começou a espancar e a prender as pessoas. Mais de 150 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram presas. Dezenas de homens, mulheres e crianças ficaram feridos e uma pessoa sofreu ferimentos graves na cabeça e teve de ser hospitalizada.”
A reunião de Patna tinha sido autorizada pelas autoridades estaduais e municipais, e nenhum aviso de qualquer cancelamento dessa autorização foi comunicado aos organizadores. A polícia bloqueou e atacou as massas em estações dos comboios noutras cidades, quando elas se preparavam para ir para Patna.
Uma outra reunião estava marcada para 16 de Dezembro em Kolkata (ex-Calcutá).