Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 2 de Março de 2009, aworldtowinns.co.uk

Emily Jacir: Uma artista muito necessária

Emily Jacir
Emily Jacir (Foto: Sarah Shatz 2008)

Wael Zuaiter era, ao que parece, o tipo de intelectual que raramente se voltou a ver. Palestiniano, nascido em meados dos anos 30, estudou filosofia e literatura árabe em Bagdad e passou a última década da sua curta vida em Roma, onde se tornou fluente em italiano, bem como em francês e inglês. Aí, fez amizade com muitos dos mais importantes escritores da Europa. Levou consigo um dos principais romancistas de Itália, Alberto Morávia, numa volta pelo Médio Oriente e pela Palestina. Entusiasta da música clássica e da poesia, conhecia de cor A Divina Comédia de Dante. O seu projecto intelectual mais dilecto foi a tradução de árabe para italiano de As Mil e Uma Noites (também conhecidas como As Noites Árabes em inglês e noutros idiomas europeus). Zuaiter foi abatido a tiro em Outubro de 1972 sob a escada do seu prédio por 12 balas de pistolas de calibre .22 equipadas com silenciadores.

Os responsáveis de Telavive alegaram que tinham mandado a Mossad assassiná-lo como vingança pelas mortes de atletas israelitas nas Olimpíadas de Munique desse ano, mas nunca foi estabelecida qualquer ligação entre Zuaiter e esses actos. Emily Jacir defende convincentemente que a verdadeira razão por que Israel o assassinou foi porque ele suscitava demasiada simpatia entre os intelectuais europeus, era demasiado parecido com eles e, sendo representante da Organização de Libertação da Palestina, era demasiado eficiente a convencê-los da justiça da causa palestiniana. Ele foi um dos primeiros dos mais de uma dezena de intelectuais palestinianos na Europa que a Mossad assassinou no ano seguinte, numa operação chamada “A Ira de Deus”, sendo deus os principais políticos israelitas.

Jacir diz que durante muitos anos pensou em Zuaiter e no significado da sua vida e morte. Nascida em 1970, ela cresceu em Belém (na Cisjordânia palestiniana), na Arábia Saudita, em Roma e em vários lugares nos EUA. Hoje em dia, descreve-se a si própria dizendo que vive entre Ramallah, na Cisjordânia, e Brooklyn, em Nova Iorque. Quando, ainda criança, anunciou à família que quando crescesse queria ser artista, a família avisou-a que os israelitas também a iriam matar.

Hoje em dia, Jacir é a mais conhecida artista palestiniana da sua geração. Uma versão do seu trabalho sobre a vida de Zuaiter ganhou o Prémio Leão de Ouro para artistas com menos de 40 anos na Bienal de Veneza em 2007. Por ser uma das quatro obras de arte listadas para o Prémio de Fotografia Deutsche Borse 2009, atribuído na Alemanha, essa obra está agora exposta na Galeria dos Fotógrafos, em Londres, até 12 de Abril. No final de 2008, ela ganhou o Prémio Hugo Boss atribuído de dois em dois anos pelo Museu Guggenheim de Nova Iorque, o que a coloca ao lado dos mais reconhecidos artistas contemporâneos. Isso deu agora origem a uma exposição a solo de uma outra versão no Guggenheim, até 15 de Abril.

Emily Jacir
Emily Jacir (Foto: Sarah Shatz 2008)

No Guggenheim, a mostra consiste em três partes. Começa com uma parede de reproduções de páginas do segundo volume de As Mil e Uma Noites e mostra a progressão página-a-página da décima terceira bala israelita, que perfurou a lombada do livro que Zuaiter levava no bolso quando foi assassinado. Na sala seguinte, Materiais Para Um Filme (instalação) inclui materiais multimédia – entre os quais entrevistas para um filme sobre a vida de Zuaiter que nunca foi realizado – que nos diz quem era ele: a música do seu disco favorito (a Nona Sinfonia de Mahler), fotografias dos livros da sua biblioteca (filosofia, poesia, romances e o Socialismo Utópico e Socialismo Científico de Friedrich Engels), fragmentos das suas conversas telefónicas gravadas pela polícia e um breve excerto do filme A Pantera Cor-de-Rosa em que ele desempenhou um pequeno papel como empregado de mesa (aparentemente foi-lhe oferecido um papel falado, mas ele não se conseguia lembrar do seu texto). Uma fotografia desse jovem esbelto mostra-o debruçado sobre uma janela, a olhar para o mundo, uma outra mostra-o deitado de cara para baixo sobre o seu próprio sangue, ainda a agarrar páginas manuscritas. Também há documentos fotográficos e em texto da indagação da própria artista para reconstruir fragmentos da vida do homem assassinado – as fotografias que ela tirou do seu café favorito e do pátio onde ele morreu, textos baseados nos relatos da sua vida feitos por camaradas e amigos, pela sua irmã e pela sua companheira de longa data, ambas que Jacir conseguiu conhecer. A terceira parte é Materiais Para Um Filme (performance), uma montagem de mil pequenos livros brancos e em branco, exibidos em estantes do chão ao tecto em três dos lados de uma sala, cada um deles com um buraco de bala que Jacir disparou com o mesmo tipo de arma que matou Zuaiter. Eles representam a tradução inacabada de As Mil e Uma Noites, explica Jacir, e todos os livros que ele e outros intelectuais palestinianos nunca puderam escrever.

Não é de pouca monta que esta exposição esteja a ser exibida – por coincidência, pouco após a invasão israelita de Gaza – num importante museu de Nova Iorque, uma cidade onde uma atmosfera pró-sionista sufoca tanto os intelectuais não-judaicos como os judaicos, bem como outras pessoas. O jornal The New York Times reconheceu a importância dela com uma entrevista de antestreia feita à artista, embora tenha sido conjugada com um acto de assassinato de carácter centrado em questionar se o passado de Jacir a tornava autenticamente palestiniana ou não, uma questão também levantada numa carta ao editor, depois seguido de um ataque à qualidade artística da própria exposição assim que ela abriu. Na Grã-Bretanha, onde a oposição ao terrorismo intelectual sionista tem sido mais persistente, o jornal Daily Telegraph, por exemplo, tem sido muito mais objectivo – e, para o melhor e para o pior, a exposição muito menos controversa. (“Border Crossings Between Art and Life” [“Travessias de Fronteira entre a Arte e a Vida”] e “Material for a Palestinian's Life and Death” [“Material para a Vida e a Morte de um Palestiniano”], New York Times, 1 e 13 de Fevereiro de 2009; “Emily Jacir: pieces of a life” [“Emily Jacir: fragmentos de uma vida”]; Daily Telegraph, 23 de Fevereiro de 2009. Ver também “Her dark materials” [“Os negros materiais dela”], The National – Abu Dhabi, 10 de Julho de 2008.)

“Atravessar Sudra (um registo de ir e vir do trabalho)”
“Atravessar Sudra (um registo de ir e vir do trabalho)”, Emily Jacir, 2002

A hostilidade contra Jacir é uma inversão da política de identidade. O académico e intelectual público palestiniano baseado em Nova Iorque Edward Said (que escreveu sobre a arte de Jacir antes de morrer em 2003) foi alvo de operações sionistas semelhantes que tentavam provar que ele não era realmente palestiniano e que por isso não tinha nenhum direito a falar no assunto. Essas tentativas de desacreditar palestinianos educados e a residir no estrangeiro seriam sempre, em qualquer caso, intelectualmente vergonhosas, mas são particularmente desonestas porque foram os próprios sionistas que criaram essa situação ao empurrarem a vasta maioria dos palestinianos para o exílio e ao negarem brutalmente os direitos dos que ficaram para trás. O vídeo de 2003 de Jacir Atravessar Sudra (um registo de ir e vir do trabalho) foi feito com uma câmara de filmar escondida que espreitava por um buraco no fundo da sua mala de mão, um subterfúgio adoptado após os soldados israelitas terem ameaçado disparar sobre ela por filmar os seus próprios pés enquanto caminhava. O resultado, mais poesia que documentário, descreve a longa e perigosa passagem pelos postos de controlo israelitas, por vezes enfrentando gás lacrimogéneo e tiros de admoestação, que é a única forma de os palestinianos irem de Ramallah para a universidade onde ela ensinava e para as aldeias vizinhas. Ao mesmo tempo que as tropas de ocupação cortam um povo do contacto entre si, já para não falar do contacto com o vasto mundo da arte e da literatura, os seus defensores tentam impor mais uma barreira – o controlo de identidade – aos palestinianos que se conseguem tornar figuras intelectuais de nível mundial.

É amargamente irónico, embora não incomum entre imigrantes, que Jacir agora viva e mesmo que tenha sucesso no país mais responsável pelo facto de a sua família ter tido sequer necessidade de abandonar a sua terra, neste caso os EUA, o principal suporte militar, político e financeiro do estado ocupante de Israel. A sua obra não esconde estas e outras contradições – constrói-se sobre eles. De onde vimos (2002-03) foi inicialmente produzida sob a forma de livro para que pudesse circular na Palestina e no estrangeiro antes de ser feita uma versão para exibição nos EUA. Regista a concretização de pequenos actos que ela pediu a 30 palestinianos que vivem no estrangeiro e na Cisjordânia e que estão impossibilitados de desfrutar do privilégio que ela tem de viajar pela sua própria pátria com um passaporte norte-americano. Entre esses actos estava jogar futebol com o primeiro rapaz que encontrou numa certa aldeia, beijar uma velha mãe, caminhar numa rua específica, comer um prato favorito, acender uma vela num lugar especial, etc. Uma instalação áudio sem título para uma exposição ocorrida o ano passado em Jerusalém reproduz os agora desaparecidos sons dos motoristas dos táxis partilhados da cidade que gritavam os destinos aos passageiros que se dirigiam a Amã, Beirute e Damasco. Essas cidades eram antes um pequeno passeio, mas são agora inalcançáveis de carro a partir de Jerusalém e, para a maioria dos palestinianos, tão inacessíveis como um outro planeta.

Uma das obras mais conhecidas até agora de Jacir é Sexy Semite (2000-2002), uma intervenção em que ela organizou 60 palestinianos que vivem em Nova Iorque para comprarem anúncios classificados na secção de anúncios pessoais do jornal The Village Voice à procura de parceiros judeus, jogando com a ironia de que a única forma de esses exilados poderem regressar é casando com uma pessoa de ascendência judaica. Os judeus de qualquer sítio, apenas devido à sua alegada herança, têm direito a residir em Israel ao abrigo da “Lei de Regresso” desse país, a qual exclui os palestinianos aí nascidos e os seus descendentes. Esta simples descrição pode fazer parecer a obra unidimensional, quando ela tem de facto muitas dimensões e é muito rica – e intensamente engraçada, um outro exemplo do uso de contradições que torna a sua obra tão comovente.

“Memorial às 418 Aldeias Palestinianas Destruídas, Despovoadas e Ocupadas por Israel em 1948”
“Memorial às 418 Aldeias Palestinianas Destruídas, Despovoadas e Ocupadas por Israel em 1948”, Emily Jacir, 2001

Os palestinianos, sobretudo as mulheres, anunciam as delícias sexuais que estão dispostos a negociar a troco do que querem obter, na linguagem exagerada, porno softcore, machista e muitas vezes racista de todos os anúncios dessa secção e de outras iguais e omnipresentes, em que as “Princesas Negras” e as “Belezas Peitudas” oferecem o que têm – os seus corpos – em troca do que precisam – os meios para o tipo de vida que procuram. Visto no seu contexto pretendido, a obra é tão universal como o é sobre o sofrimento dos palestinianos. Ilumina as obscenas relações predominantes entre homens e mulheres nos países ricos, bem como no terceiro mundo, e as trocas iguais entre pessoas desiguais que são uma das características definidoras do mundo actual no seu todo (e do próprio capitalismo).

Este tem sido um tema fundamental no trabalho de Jacir desde a primeira obra que lhe trouxe atenção internacional, Change/Exchange (1998), que documenta o processo em que ela trocou repetidamente 100 dólares iniciais pelo seu equivalente noutras divisas, até que uma troca justa mas desigual às taxas oficiais a deixou com nada mais que cansaço e um punhado de moedas. Outras obras escarnecem um mundo em que a transacção de bens chega a todo o lado ao mesmo tempo que se erguem fronteiras para manter algumas pessoas do lado de fora.

O ataque do New York Times a Materiais Para Um Filme é um caso de estudo em hipocrisia. “O problema está na sua arte não extraordinária, não na sua política”, escreveu o crítico, mas o seu texto queria dizer o oposto. Atacava Jacir pela sua utilização da arte Conceptual e pelo seu “estilo Minimalista”. Se alguém quer dizer que não gosta das correntes Conceptual e Minimalista da arte actual ou se quer atacá-las, tudo bem, mas não é justo isolar Jacir por características e procedimentos estéticos e formais que ela partilha com artistas contemporâneas mais velhos, como a tudo menos controversa francesa Sophie Calle. Ninguém critica Sol LeWitt, o norte-americano que foi, nos anos 60, o pai fundador da arte baseada no Conceito (em vez de nas qualidades de pintura ou escultura) por nunca empunhar um pincel ou por fazer uma arte frequentemente considerada mais interessante de falar sobre ela – e de criticar – que de ver. Há mais um subtexto na crítica, o de atacar implicitamente Jacir por ter sequer ideias na sua arte – como se não fosse verdade que toda a arte tem a ver com ideias.

Mas o verdadeiro problema do crítico é que a sua própria política – a qual, sendo mais simpática para Israel, é assumida como certa como se não fosse nenhuma política – o cega para o conteúdo do trabalho de Jacir. Isso leva-o a concentrar-se em perguntar se Wael Zuaiter teve ou não alguma coisa a ver com o massacre de Munique que presumivelmente justificasse o seu assassinato e assim invalidasse a obra de Jacir, embora o próprio NYT, no artigo acima citado, saliente que as organizações palestinianas negaram que ele estivesse envolvido “e que relatos posteriores de jornalistas de investigação também tenham levantado dúvidas do seu envolvimento nessas mortes”. O resultado é o tratamento dessa arte como se fosse uma interpretação de um jornalista de investigação ou sobretudo um protesto pelo assassinato de um inocente. Isso está longe de ser o seu tema principal, o que é provavelmente a razão por que a própria Jacir se afasta de qualquer declaração conclusiva sobre o envolvimento de Zuaiter.

“Saída (Belém)”
“Saída (Belém)”, Emily Jacir, 2003

Como ela insiste na entrevista, o trabalho dela não é sobre a política dela nesse tipo de sentido directo – não é o tema e não serve um programa em concreto. Ela parece querer fazer arte que tenha significado no futuro, quando as questões actuais já não forem oportunas e forem mesmo esquecidas, uma arte que as futuras gerações, num mundo totalmente diferente e melhor, não verão como objectos arqueológicos mudos mas sim como algo que lhes diz alguma coisa.

Qualquer pessoa sincera que examine seriamente Materiais Para Um Filme chegará à conclusão que as escolhas de Jacir e os temas que elas insinuam nos dão muito sobre que pensar. Vale a pena ponderar porque é que ela coloca As Mil e Uma Noites no centro da sua definição do seu tema, a figura de Zuaiter tal como ela decidiu representá-lo. O tema global que enquadra essa colecção de histórias retiradas de contos populares persas pré-islâmicos, indianos, árabes (incluindo judaicos) e norte-africanos tem a ver com uma jovem simples apanhada num casamento forçado e potencialmente fatal que ilude o marido, um rei brutalmente misógino.

O objecto da arte de Jacir é alguém que pode ser considerado o paradigma de um intelectual do Iluminismo morto a tiro por quem alega ser herdeiro do Iluminismo, incluindo não só as instituições israelitas mas também os governos norte-americano, italiano e outros que deram mão livre aos assassinos da Mossad, um acto que acabou por ser defendido por liberais como Steven Spielberg, cujo filme Munique de 2005 descrevia o assassinato de Zuaiter como algo grave mas justificado. Em contraste com a maioria dos palestinianos hoje mais conhecidos, ele não era nem um candidato a apaniguado dos norte-americanos nem um fundamentalista religioso. A situação actual existe em grande parte porque Israel e os EUA assassinaram tantas pessoas como ele quanto puderam, na esperança de que os fanáticos religiosos islâmicos acabassem por ser menos perigosos para o sionismo e o seu próprio projecto religioso. Um ardente intelectual laico que se considerava a si próprio a trabalhar para a revolução na Palestina e que se declarou inimigo de todas as formas de opressão – este tipo de pessoas é raro hoje em dia, e Jacir sente claramente a sua falta.

É caricato apercebermo-nos que, com este conteúdo, a sua exposição esteja no Guggenheim ao lado do actual campeão de vendas do museu, “A Terceira Mente: Os Artistas Norte-Americanos Contemplam a Ásia”, que não se refere a nenhuma parte do Oriente, mas sim à ascensão à respeitabilidade do misticismo religioso entre os intelectuais ocidentais. É um exercício sobre o que o autor Said chamou Orientalismo, uma construção do Ocidente sobre um imaginário Outro oriental sobre o qual pode projectar as suas próprias fantasias para servir os seus próprios interesses colonialistas e imperialistas. Essa exposição, deve dizer-se, contém muita “arte não extraordinária” e unidimensional, a propaganda budista Zen. Este tipo de coisas faz-nos sentir ainda mais a falta de intelectuais como Zuaiter e Said.

“Casa”
“Casa”, Emily Jacir, 2003

A contradição que Jacir trabalha – a traição do Iluminismo pelo Ocidente – merece todo o tipo de explorações. Como já outros escreveram, trata-se de uma questão complexa porque o próprio Iluminismo era contraditório. A própria ascensão do capitalismo que afastou a autoridade absoluta da religião e promoveu a ideia de que tudo é cognoscível através da razão e da ciência, também, nas palavras de Marx, “surgiu a escorrer sangue de todos os poros” com o saque da Ásia e da América Latina e a escravização dos africanos. Essa contradição só pode ser resolvida através da ascensão a um nível mais elevado, com uma perspectiva que tanto se comprometa inteiramente com a libertação da humanidade como seja científica.

Continuamos a ver hoje o Ocidente a espalhar a sua própria religião e os ideais do Iluminismo como justificações para invadir e ocupar o Iraque e o Afeganistão e outras formas de domínio imperialista, um manto para um sistema imperialista obsoleto que leva a cabo uma guerra contra os seus opositores – infelizmente – actualmente mais influentes e muitas vezes mais apaixonados, os fundamentalistas islâmicos de mentalidade medieval. Se o Materiais Para Um Filme de Jacir é, de alguma forma, um clamor contra esta situação, nós só podemos concordar com ela.

(A arte e os textos de Jacir são fáceis de encontrar na internet, incluindo em electronicintifada.net e em universes-in-universe.org. Porém, muitas vezes as descrições e mesmo os vídeos e as fotografias não fazem inteira justiça à possibilidade de se experimentar o seu trabalho e os seus aspectos formais, por vezes indispensáveis, como a apresentação ironicamente limpa e organizada que apenas traz para primeiro plano o mundo sujo e caótico que ela criticamente abraça.)

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