Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 14 de novembro de 2016, aworldtowinns.co.uk
O seguinte artigo é da edição de 14 de novembro de 2016 do jornal Revolution/Revolución, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA (revcom.us).
Após a eleição de Donald Trump, importantes fazedores de opinião na comunicação social de massas (ou seja, da classe dominante) estão a retratar o entrante regime de Trump como uma “transição de poder pacífica e legítima”. Eles dizem que isto é essencial para o que faz dos Estados Unidos “grandes”. É literalmente “normalizar” o fascismo.
Mas nas ruas, nas escolas secundárias e nas universidades, nas grandes cidades e nas pequenas cidades, em vigílias e confrontações ferozes, as pessoas não estão ã aceitar que isto é apenas a situação do costume. As pessoas estão a recusar-se a aceitar as ominosas implicações de uma presidência fascista. Muitos milhares de pessoas manifestaram-se na Cidade de Nova Iorque, em Los Angeles, Seattle, e Oakland. Em Portland, os manifestantes desafiadores têm tomado diretamente as ruas durante quatro dias, enfrentando o gás pimenta e as balas de borracha da polícia. As pessoas estão a recusar-se a aceitar a guerra de Trump contra os imigrantes. Estão a recusar-se a aceitar a obscena celebração por parte dele do preconceito, da ignorância e do ódio àqueles que não se encaixam na cultura dominante norte-americana de supremacia branca e patriarquismo.
Milhares e milhares de pessoas manifestaram-se na Torre Trump em Nova Iorque e em Chicago. Havia cartazes que diziam “Trump odeia o amor”. Gritos de “Não é o nosso presidente” e “Fuck Donald Trump!” têm rompido com a situação do costume. Foram bloqueadas autoestradas em Los Angeles, Miami, Atlanta e na Cidade de Iowa. Centenas de estudantes do ensino secundário de Phoenix faltaram às aulas. Eles marcharam para o capitólio estadual gritando “Quem é Donald Trump? Não é o nosso presidente!” e “Que cidade? A nossa cidade!”. Milhares de estudantes do ensino secundário na Califórnia, no Colorado e em Washington e centenas no Iowa saíram à rua em protesto. Grandes e indignadas concentrações contra Trump começaram de imediato nas universidades, sobretudo na Costa Ocidental mas também em escolas como a Universidade de Pittsburgh, a historicamente negra Universidade Fisk no Tennessee e a Universidade do Texas em Austin. Em Cincinnati, uma manifestação anti-Trump com uma significativa componente de ativistas dos direitos LGBT convergiu nas ruas com pessoas, sobretudo da comunidade negra, que protestavam contra a recusa de um júri a condenar o porco policial que assassinou Samuel DuBose.
Vozes com influência, entre os quais membros do clero, e pessoas das comunidades das artes e do entretenimento estão a tomar posição e a falar. Entre estes estiveram, em Nova Iorque, Lady Gaga, Mark Ruffalo e Cher, que se juntaram aos protestos na noite da eleição junto à Torre Trump. Jennifer Lawrence publicou um tweet “Que isto seja o fogo que vocês não tiveram antes... Se és um imigrante, se és uma pessoa de cor, se és LGBTQ+, se és mulher – não tenhas medo, fala alto!” E o colunista King Shaun escreveu no jornal New York Daily News: “Não, não devemos esperar e ver o que faz uma administração Trump. Devemos organizar a nossa resistência agora mesmo.”
Os estudantes da Universidade Americana em Washington DC queimaram a bandeira norte-americana, tal como os manifestantes em Atlanta, onde o jornal The New York Times relatou que os manifestantes “mudaram o lema da campanha do Sr. Trump [e] cantaram ‘os Estados Unidos nunca foram grandes’.”
Em Cleveland e em Chicago, os comunistas revolucionários – os revcoms – e algumas outras pessoas ficaram frente a frente com ululantes apoiantes de Trump.
No meio de tudo isto, a mensagem do revcom.us, “Em nome da Humanidade, RECUSAMO-NOS a aceitar uns Estados Unidos fascistas”, tem sido amplamente assumida por todo o tipo de pessoas, e está a desempenhar um papel crítico. Precisa de ser propagada de uma forma muito mais ampla.
Dezenas de milhares de pessoas estão a levantar-se agora. Elas são movidas tanto por uma sensação da magnitude do que significa a ascensão de Trump, como pela recusa a aceitar os crimes de ódio que já estão a ser cometidos após as eleições – como as agressões a mulheres muçulmanas e os ataques a imigrantes. A resposta à eleição de Trump – na sua dimensão, determinação e amplitude de pessoas – não tem precedentes na história moderna dos EUA, desde a guerra civil. Isto é muito importante e positivo. Precisa tanto de continuar como de se expandir. Ao mesmo tempo, todas as pessoas precisam de estar a compreender tanto como isto se vai expandir como tem uma expressão mais organizada.
E os locais de resistência têm de se tornar pontos onde as pessoas estão a discutir seriamente e a debater o que deu origem a um Trump e como ir para além dos confins de um sistema que legitima não só “escolhas” como esta mas também valores como estes.