Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 27 de Junho de 2005, aworldtowinns.co.uk

“Os frutos do sacrifício deles brotarão das sementes da revolução proletária”

Comité do MRI emite comunicado sobre o assassinato de camaradas maoistas na Turquia

A 16 de Junho, um grupo de 17 importantes dirigentes do Partido Comunista Maoista [Turquia e Curdistão do Norte] e combatentes centrais das forças armadas revolucionárias sob o seu comando, o Exército Popular de Libertação, foi emboscado e massacrado pelas forças armadas turcas na zona de Dersim, no Curdistão turco. Muitos milhares de pessoas participaram nos funerais militantes em Dersim, Ancara, Istambul e noutras cidades da Turquia. Nos dias seguintes tiveram lugar reuniões de homenagem em meia dezena de cidades europeias. A 25 de Junho, 5000 pessoas participaram numa marcha na cidade alemã de Duisburgo em apoio à guerra popular na Turquia e 3000 aglomeraram-se numa reunião de homenagem. Em Londres, uma marcha de sessenta ou setenta pessoas que percorreu o bairro turco de Dalston/Hackney foi engrossando à medida que cerca de 500 pessoas se juntavam ao longo do caminho. Levavam consigo 150 estandartes vermelhos e uma bandeira vermelha com 60 metros de comprimento, erguida por dezenas de participantes.

O texto que se segue é o comunicado emitido a 24 de Junho pelo Comité do Movimento Revolucionário Internacionalista.

Em honra do camarada Cangöz e dos outros heróis tombados:
Os frutos do sacrifício deles brotarão das sementes da revolução proletária

Cafer Cangöz, Secretário-Geral do MKP, assassinado a 16 de Junho de 2005
Camarada Cafer Cangöz, Secretário-Geral do Partido Comunista Maoista (MKP) [Turquia e Curdistão do Norte],
assassinado pelo reaccionário exército turco a 16 de Junho de 2005

O Comité do Movimento Revolucionário Internacionalista está pesaroso e enfurecido pelo vil assassinato do Secretário-Geral Cafer Cangöz e de 16 outros camaradas do Partido Comunista Maoista [Turquia e Curdistão do Norte] (MKP) às mãos do reaccionário exército turco.

Três helicópteros de ataque e mais de mil soldados participaram no que na realidade não foi mais que um massacre aerotransportado, completamente desproporcionado em relação ao pequeno contingente de guerrilha que defendia os camaradas dirigentes. As metralhadoras e as bombas dos helicópteros que atingiram o camarada Cangöz e os outros camaradas e todos os outros dispositivos electrónicos que os localizaram estão entre o mais avançado armamento do mundo. Isso mostra quão baixo estão dispostas a chegar as classes dominantes da Turquia para enfrentar os povos da Turquia e os seus melhores filhos e filhas. Esses brutais reaccionários e os seus amos imperialistas têm um verdadeiro pavor porque sabem que são profundamente odiados pelos operários, pelos camponeses, pelas nacionalidades oprimidas e pelos intelectuais revolucionários e as forças democráticas de todo o país. Sem o total apoio do imperialismo mundial, especialmente dos EUA e do seu arsenal bélico, a classe dominante turca não conseguiria sobreviver um único dia.

O Secretário-Geral Cafer Cangöz e o camarada Aydın Hanbayat, Vice-Secretário-Geral, bem como os outros camaradas, Okan Ünsal, Alı Rıza Sabur, Alattin Ateş, Cemal Çakmak, Berna Sagili Ünsal, Kenan Çakıcı, Okkes Karaoğlu, Taylan Yıldız, Ibrahim Akdeniz, Binali Güler, Dursun Turgut, Gülnaz Yıldız, Çagdas Can, Ahmet Perktaş e Ersin Kantar, estavam a caminho do local onde se reuniria o segundo congresso do MKP, quando foram cercados e atacados por terra e pelo ar pelo exército turco.

O Camarada Cangöz era bem conhecido do inimigo. Lutou durante décadas pela libertação dos povos da Turquia como parte da revolução proletária mundial. Passou mais de dez anos nos calabouços turcos. Na prisão, foi um ousado e inspirador modelo de resistência e desafio, amado pelos revolucionários encarcerados e odiado pelas autoridades prisionais. Mesmo enquanto esteve encarcerado, o camarada dedicou uma grande atenção aos problemas do movimento comunista na Turquia e a nível internacional. Depois da sua libertação da prisão em 2002, representou um papel determinante na organização do congresso de fundação do MKP e no forjar da linha política adoptada por esse congresso, um acontecimento histórico que lutou por consolidar uma perspectiva marxista-leninista-maoista dentro do partido. Desde o primeiro congresso que o camarada Cangöz lutava por reorganizar e fortalecer o partido e por criar um importante avanço na guerra popular.

O Camarada Cangöz era um firme apoiante do Movimento Revolucionário Internacionalista. Sob a sua direcção, o partido fortaleceu ainda mais a sua ligação ao MRI e representou um papel mais activo no movimento internacional.

A perda do camarada Cangöz e dos outros experimentados camaradas e combatentes é uma trágica perda da revolução na Turquia e a nível mundial. Mas eles não morreram em vão. Os frutos do seu sacrifício e luta brotarão das sementes da revolução proletária que foram ampla e profundamente difundidas entre as massas de todas as nacionalidades da Turquia e se mantêm vivas nos seus corações e pensamentos.

O inimigo esperava esmagar o MKP, mas o partido, rodeado pelas massas que o apoiam vigorosamente, começou a árdua tarefa de transformar o pesar e a raiva em trabalho revolucionário científico. O inimigo esperava impor o medo às massas da Turquia, mas já há milhares de pessoas a desafiá-los ao homenagearem os camaradas tombados, em Dersim, em Istambul, em Ancara e noutras cidades da Turquia e da Europa.

Apelamos a todos os revolucionários proletários da Turquia para que se unam em torno do MKP neste momento de grande pesar e dificuldades, se ergam para enfrentar os novos desafios, assumam novas responsabilidades e levem avante o trabalho iniciado pelos nossos camaradas caídos.

Os camaradas da Turquia representaram um importante papel no forjar do MRI como o centro embrionário das forças maoistas do mundo. Uma das tarefas desse centro é ajudar a fortalecer os partidos e organizações maoistas. O Comité do MRI compromete-se a estar lado a lado com o MKP neste momento em que o partido luta por superar esta perda passo a passo e chegar, tão cedo quanto possível, a novos avanços na luta revolucionária de que as massas da Turquia tão desesperadamente necessitam.

Como disse Mao Tsétung: “Lutar, fracassar, lutar novamente, fracassar novamente, lutar novamente... até à vitória; esta é a lógica do povo”. Não importa quão grande o poder militar do inimigo, a força de dezenas de milhões de membros das massas oprimidas e exploradas da Turquia, uma vez completamente libertada e organizada sob a forma de luta revolucionária, provará ser mais forte. As vis e repugnantes classes dominantes da Turquia e os seus amos imperialistas serão, no final, varridas pela guerra popular e serão abertas as portas de um futuro radioso para a Turquia e o mundo inteiro, o mundo comunista pelo qual o camarada Cafer Cangöz e os outros heróis caídos deram as suas vidas.

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