Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 28 de Fevereiro de 2005, aworldtowinns.co.uk

Grandes reuniões de massas na Índia para apoiar a guerra popular do Nepal

Manifestações e outras actividades para marcar o nono aniversário da guerra popular dirigida pelo Partido Comunista do Nepal (Maoista) ocorreram em vários países. Recebemos relatos de acções em Palermo e noutras cidades de Itália, e de Bruxelas, na Bélgica. O que se segue é extraído de um comunicado à imprensa da Nepali Janadhikar Suraksha Samiti-Bharat, uma organização de nepaleses na Índia. Quase oito milhões de nepaleses e pessoas de origem nepalesa vivem na Índia.

Uma enorme e vitoriosa reunião decorreu em Nova Deli, na Índia, a 13 de Fevereiro, para se opor à recente tomada do poder pelo rei do Nepal e para celebrar o nono aniversário da guerra popular dirigida pelos maoistas. A marcha começou em Jantar Mantar, um famoso local tradicional de protestos muito parecido com o Hyde Park de Londres, entoando palavras de ordem e seguindo as danças executadas por artistas populares. Os milhares de manifestantes levavam numerosos panos vermelhos, bandeiras e cartazes à medida que enchiam as enormes faixas da Rua do Parlamento em direcção ao parlamento indiano, fornecendo uma visão espectacular e festiva. Estima-se que a manifestação tenha reunido cerca de 10 mil pessoas.

Um comentador do Serviço em nepalês da BBC observou que “foi uma visão rara em Deli e que se assemelhava às manifestações em massa no Nepal ocidental, a base da revolução”. Houve uma extensa cobertura da comunicação social indiana, bem como em transmissões da BBC via satélite para o Nepal, onde o exército do rei agora controla directamente todos os órgãos de comunicação social.

Reuniões semelhantes decorreram em Mumbai (Bombaim), Chandigarh, Kolkata e Chennai. Um total de 50 mil pessoas participou em várias actividades nas cinco cidades, com 25 mil pessoas a integrarem-se nas manifestações de celebração do 13 de Fevereiro. Um milhão de folhetos foram distribuídos nos quatro cantos da Índia.

Só em Chandigarh e em Deli foram necessários 150 autocarros e camionetas para transportar os participantes, que incluíam jovens, crianças e velhos, bem como tanto homens como mulheres. Milhares de pessoas viajaram nas carruagens gerais sem bilhete dos comboios indianos, para se juntarem à reunião.

Outra característica significativa foi que a Nepali Janadhikar – a organizadora das reuniões – conseguiu levar ao evento mais de 50 partidos e organizações indianas. Todos apoiaram a revolução no Nepal. Um memorando foi enviado ao primeiro-ministro indiano pedindo-lhe que parasse imediatamente o envio de equipamento militar para o rei do Nepal.

Com excepção de um alto-dirigente do Partido do Congresso Nepalês (Democrático), as forças parlamentares mantiveram a sua distância, apesar de repetidos pedidos para se forjar um movimento comum e para participarem na reunião de protesto de 13 de Fevereiro contra o golpe real. Consequentemente, eles expuseram-se ao não se juntarem à manifestação.

A 19 de Fevereiro, representantes em exílio na Índia da aliança de seis partidos parlamentares nepaleses realizaram uma manifestação em Deli para denunciar o golpe real. Não convidaram a nossa organização, provavelmente com medo de serem expostos. Se se comparar as duas manifestações, pode perceber-se facilmente a disposição das massas nepalesas, mesmo na Índia. Os parlamentares apenas conseguiram mobilizar 7000 pessoas (segundo as suas próprias estimativas), apesar de a comunicação social indiana ter dado larga cobertura à sua campanha e também de o seu campo incluir algumas estrelas como Sujata Koirala, filha de um ex-primeiro-ministro do Nepal e outros conhecidos parlamentares, agora em auto-exílio na capital indiana. Quando se recusaram a convidar-nos para a reunião, foram distribuídos vários milhares de panfletos entre os participantes que expunham o exagero do seu principal slogan, um apelo à “Restauração da Democracia” no Nepal. Como pode ser restabelecido algo que nunca existiu?

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