Lisboa solidária com o povo palestiniano
Por B. Lisboa

Faixa do CMA-J

“Sharon Terrorista Assassino”

Imigrantes árabes solidários

A fúria dos manifestantes contra o sionismo

Aspecto geral da manifestação

Cartazes anti-Sharon
Num ambiente de grande combatividade, vários milhares de pessoas manifestaram a sua total solidariedade com a justa luta do povo palestiniano contra a brutal agressão sionista. Também presente estava um grande grupo de imigrantes árabes em Portugal, solidários com uma causa que lhes está muito próxima.
Muito populares entre os manifestantes foram os pósteres distribuídos pela União Contra a Guerra que mostravam uma fotografia do “Carniceiro de Beirute” (Ariel Sharon) enquadrado pelas palavras TERRORISTA e ASSASSINO. Muitos dos presentes tomavam-nos como seus e erguiam-nos com vigor, mostrando claramente o que pensavam da actual campanha de genocídio actualmente levada a cabo pelo governo sionista de Israel, com o apoio explícito do imperialismo norte-americano, e o apoio silencioso dos restantes governos europeus. Aqui se incluem os governos portugueses, quer o que saiu, de António Guterres (aliás, presidente da IS, onde também toma assento outro criminoso israelita, Shimon Peres) quer o que acaba de tomar posse, de Durão Barroso, ambos cúmplices da barbárie sionista.
Entre os manifestantes, também duas faixas da União contra a guerra se mostraram muito populares e mediáticas. Um grande contingente de vários grupos revolucionários (para além do CMA-J, um dos subscritores da manifestação) concentrava-se à volta destas faixas e mostrava a sua combatividade.
Embora parte dos grupos presentes lançasse alguns apelos abstractos à paz, era o ambiente de grande combate e de repúdio pelo sionismo e de apoio total à causa palestiniana que unia a maioria dos manifestantes.
Hoje à tarde (dia 13) realiza-se mais um evento em Lisboa, desta vez com um carácter mais reformista, o Cordão Humano da Embaixada de Israel à ONU. Enquanto é exigida a retirada dos territórios ocupados, ocorre sob o lema “Dois povos, dois estados”, mantendo assim o equívoco que está na base do martírio do povo palestiniano. A origem do conflito está na fundação de um estado religioso, que descrimina todos os que não seguem a religião oficial (incluindo os cristãos), criado num território previamente habitado, cujos povos que aí habitava há milhares de anos, não só não foram tidos nem achados, como ainda foram metidos em verdadeiros campos de concentração ou expulsos para áreas não cultiváveis, ou para países vizinhos.
Insistir na fórmula dos “dois estados”, é legitimar o roubo a que foram sujeitos os palestinianos (muçulmanos ou não), é consagrar a política do imperialismo norte-americano e seus agentes sionistas locais. O único futuro possível para o Médio Oriente é um estado único, democrático e não religioso, onde cabem muçulmanos, judeus, cristãos e outros, e não a separação artificial dos povos, pretensamente através da sua religião.
A actual crise também relança o problema da vanguarda do povo palestino, já que Arafat revela-se cada vez mais como o conciliador que sempre foi, com a diferença que agora deixou de ter qualquer préstimo para o imperialismo e o sionismo, incapaz de fazer o seu anterior papel de polícia repressor das massas palestinianas em fúria. A situação actual também mostrou que, ao contrário do que pretende a propaganda sionista, o povo palestiniano não é constituída por fanáticos fundamentalistas, tendo surgido alternativas radicais seculares (incluindo dentro da própria Fatah de Arafat), que rivalizaram com os grupos obscurantistas Hamas, Hezbollah ou Jihad.
O principal problema que se põe aos revolucionários palestinianos é de facto o da via revolucionária a seguir, um caminho longe da conciliação e longe do obscurantismo, o caminho da luta armada sem concessões, dirigido por uma vanguarda clarividente, munida da ideologia revolucionária mais avançada, o marxismo-leninismo-maoismo. Um passo que ainda não foi dado.
O nosso dever é o de intensificar a solidariedade internacionalista para com a justa luta do povo palestiniano.
13 de Abril de 2002