Da edição n.º 536, de 26 de março de 2018, do jornal Revolution/Revolución, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA (http://revcom.us/a/536/hundreds-of-thousands-protest-to-end-gun-killings-in-schools-en.html em inglês ou http://revcom.us/a/536/protestas-de-cientos-de-miles-para-poner-fin-a-los-tiroteos-en-las-escuelas-es.html em castelhano).
Centenas de milhares de pessoas protestam para acabar com os assassinatos com armas nas escolas nos EUA:
Basta! – “Queremos uma mudança!”
A 24 de março, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em cidades por todos os Estados Unidos, dizendo: “Basta!” Muitos estudantes com uma dor ainda recente pelos amigos cujas jovens vidas terminaram de uma maneira tão desnecessária... indignados com os políticos que não estão a fazer nada para acabarem com a violência com armas nas escolas... e decididos a tomar a palavra e exigir mudanças.
Em Washington, DC, houve várias centenas de milhares de manifestantes; a multidão em Nova Iorque era de dezenas de milhares; e houve grandes protestos em Los Angeles, Boston, Chicago, Zona da Baía de São Francisco, Denver e noutras cidades – e em Parkland, Florida, a menos de uma milha do local onde 17 estudantes e funcionários de uma escola foram assassinados a tiro a 14 de fevereiro. Muitos milhares mais de pessoas concentraram-se em dezenas de cidades por todo o país. Houve protestos noutros países, incluindo em Tóquio, no Japão; em Berlim, na Alemanha; em Roma, Itália; e em Sydney, na Austrália.
Em Washington, DC, os Andra Day and Common cantaram “Rise Up” [“Ergam-se”], Jennifer Hudson cantou uma canção de Bob Dylan dos anos 1960, “The Times They Are A-Changin’” [“Os Tempos Estão a Mudar”], Ariana Grande, Miley Cyrus, Demi Lovato e Lin-Manuel Miranda também cantaram na concentração em Washington, DC, e muitas outras celebridades cantaram ou falaram em concentrações noutras cidades.
A fúria e a determinação das pessoas foram viscerais e em voz alta, do palco e da multidão. Entre os jovens nas multidões e entre aqueles que falaram nas concentrações, havia um sentimento fundamental de que algo está muito errado com um mundo em que as crianças e os professores estão a ser assassinados a tiro nas suas salas de aula. E há um sentimento real de que “somos nós que temos de gerar a mudança, isso compete à nossa geração e nós temos a razão do nosso lado”.
Na sequência do tiroteio naquela escola na Florida, os estudantes estão a despertar e a avançar diretamente contra uma horrenda manifestação da verdadeira natureza deste sistema e desta sociedade e contra os horrores e a loucura que eles geram. Estão a ser colocadas grandes questões e as pessoas estão a tentar compreender por que isto está a acontecer. Há uma raia de desdém pela política habitual que permitiu que isto acontecesse. E há muito medo e fúria com a atual situação em que as pessoas veem todas aquelas coisas horrendas que vêm da Associação Nacional de Rifles (NRA) e dos Republicanos. As pessoas estão a tentar compreender o que fazer e estão a ser discutidas e debatidas todos os tipos de soluções, com muitas ideias contraditórias à mistura.
Mas a verdade essencial é: A violência em massa está embutida no próprio tecido e ADN dos EUA. Está enraizada nas origens e na história dos Estados Unidos, no seu sistema e nas suas estruturas políticas, nas relações sociais e na cultura por ele geradas e que continua a reforçar. Não pode haver NENHUMA solução a não ser que se reconheça que, para mudar isto, temos de ir a essas raízes. Não pode haver uma compreensão da chamada “cultura das armas” neste país sem se reconhecer toda a história dos reacionários brancos, sobretudo após as sublevações do povo negro nos anos 1960, armados até aos dentes para protegerem a supremacia branca e “o modo de vida deles”, a maneira como a violência racializada tem sido alimentada não só pela NRA, mas pelos políticos e pelos que estão nos mais altos cargos do governo. E não pode haver uma compreensão de como parar tudo isto sem se reconhecer como a violência da guerra está embutida no próprio tecido do que os Estados Unidos fazem ao redor do mundo. (Para saberes mais sobre isto, lê em inglês ou em castelhano.)
Centenas de milhares de pessoas preocupadas com os assassinatos com armas nas escolas estavam a ser politicamente mobilizadas pelo Partido Democrata em torno das políticas deste partido. E a mensagem que vinha do palco e era propagada entre a maior parte das multidões era de que as pessoas precisam de exigir uma mudança de políticos, apoiando os candidatos que apoiam o controlo das armas e saindo de casa para votar.
À medida que as pessoas estão a tentar perceber como pôr fim a estes horrendos assassinatos, as “soluções” que estão a ser massivamente oferecidas são becos sem saída que irão encurralar as pessoas para trabalharem dentro do próprio sistema que é responsável pela violência e pela opressão, não só aqui nos EUA como também e ainda mais no resto do mundo – e durante décadas e décadas, desde o tempo da escravatura até às guerras pelo império e muito mais.
Ao mesmo tempo, as pessoas nos protestos mostraram-se muito recetivas e abertas quando os revolucionários lhe apresentaram o líder comunista Bob Avakian e a necessidade de uma solução radical, revolucionária. Milhares de pessoas em todos os Estados Unidos receberam cartões de mão sobre o filme de Bob Avakian, O REGIME DE TRUMP E PENCE TEM DE SE IR EMBORA! Em nome da humanidade, RECUSAMO-NOS a aceitar uns Estados Unidos fascistas. Um mundo melhor É possível. Em várias cidades, os jovens aceitaram e ergueram cartazes do Clube Revolução que diziam: “O sistema não tem nenhum futuro para os jovens, a revolução tem.” Ficou claro que alguns dos setores daqueles que saíram às ruas estavam agitados com perguntas muito profundas, dado o que está a acontecer aqui e no resto do mundo.
A organização Recusar o Fascismo esteve presente em cidades por todo o país e nesse dia foram distribuídas milhares de cópias do novo apelo “ESTE PESADELO TEM DE ACABAR: O regime de Trump e Pence tem de se ir embora!” (em inglês, também disponível em castelhano).
É positivo que tantas pessoas, e sobretudo muitos, muitos estudantes do ensino secundário, estejam nas ruas a exigir mudanças. Estão a ser colocadas grandes questões e esta afronta precisa de se transformar em muitas centenas de milhares de pessoas despertando para a vida política, aprofundando a razão por que estão a ocorrer estes horrendos assassinatos e como parar isto de verdade. Como escreveu o revcom.us, dirigindo-se aos estudantes que estão a exigir o fim dos tiroteios nas escolas:
Num momento em que despertais para os horrores deste país e para o que eles fazem, ergam os vossos olhos para a emancipação de toda a humanidade. Caso contrário, nenhuma destas ardentes afrontas irá acabar e, sob muitas formas, vocês poderão acabar por ser lançados contra outras pessoas cujas vidas estão a ser arbitrariamente destruídas pelo mesmo sistema que é responsável pelos tiroteios nas escolas com os quais muito justamente estão indignados.
A verdadeira loucura é manter este sistema capitalista-imperialista construído sobre o racismo, o genocídio e a misoginia e que não se preocupa minimamente com os jovens de Parkland, Florida, nem com as pessoas em nenhum outro lugar. Este é o mesmo sistema que está a conduzir o mundo a uma calamidade ambiental com o aquecimento global e a ameaçá-lo com um holocausto nuclear. Para mudar isto, vai ser necessário fazer nada menos que uma verdadeira revolução.
Aos que agonizam com o mais recente tiroteio numa escola e aos que abominam isto – escavem de uma maneira mais profunda a história deste país e a natureza desta sociedade. Ergam-se, resistam e revoltem-se contra todos os abusos e afrontas que estão a ocorrer e contra o sistema que lhes está subjacente. Venham ao sítio revcom.us e conheçam a perspetiva, a estratégia e o plano mais revolucionário e radical para um mundo inteiramente novo, sem a inútil carnificina e loucura que são uma marca dos Estados Unidos.