O seguinte artigo foi o título principal da 1ª página do jornal Expresso de 9 de Julho de 2005.

Polícia desdiz “arrastão”

Comandante da PSP de Lisboa afirma ter confiado em fontes erradas e corrige versão oficial dos acontecimentos

O COMANDANTE da PSP de Lisboa, Oliveira Pereira, afirma ter sido “pressionado” para dizer que os incidentes de 10 de Junho em Carcavelos foram um “arrastão” e envolveram 400 pessoas, conforme referiu um comunicado da Polícia.

Num depoimento a Diana Andringa, jornalista e candidata do BE às autárquicas, Oliveira Pereira revela surpreendentemente que a base desse comunicado foi a informação prestada por “um polícia que não soube consubstanciar exactamente o que tinha acontecido” e também “testemunhos de pessoas consideradas credíveis, algumas delas de órgãos de comunicação social”. Oliveira Pereira acrescenta que o seu comando foi obrigado pelos “média” a emitir opinião. Estas revelações constam de uma entrevista que ontem à noite foi colocada, sem o seu conhecimento, num “site” do BE.

Contactado pelo EXPRESSO, o comandante da PSP de Lisboa considera “inqualificável o aproveitamento político” das suas declarações, “prestadas a alguém que pensava ser uma jornalista com ética”, explicando que lhe foi pedida colaboração para um trabalho para fins académicos e pedagógicos. E acrescenta estar de “consciência tranquila”, recordando que “não foi a Polícia que utilizou primeiro o termo ‘arrastão’”.

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