Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 14 de Fevereiro de 2005, aworldtowinns.co.uk

O desastre de Bhopal, ontem e hoje:
Um sistema de destruição em massa

Vinte anos passaram desde o pior desastre industrial da história, um crime contra a humanidade cometido pelo capitalismo mundial. As principais vítimas foram as massas pobres da cidade indiana de Bhopal. O gás venenoso que escapou de uma fábrica de pesticidas propriedade da multinacional Union Carbide de origem norte-americana, durante a noite de 2 de Dezembro de 1984, matou imediatamente pelo menos 8000 pessoas. O número de mortos cresceu para 22 000 nos doze anos que se seguiram. A zona mais atingida foi o bairro pobre próximo da fábrica. A maioria das vítimas eram pessoas pobres da aldeia que se tinham mudado para a cidade à procura de trabalho. “Muitos – particularmente as crianças e os velhos – morreram nas suas camas quando o gás entrou nas suas casas. Outros, incluindo mulheres que agarravam os seus bebés, fugiram apenas para caírem na rua. Muitos foram encontrados depois, amontoados, doentes e agonizantes nas entradas da cidade. Manadas de bois foram mortas e cadáveres de cabras cobriam as bermas das estradas onde antes vagueavam. As folhas das árvores ficaram amarelas e enrugadas – as colheitas ficaram queimadas nos campos e foram cobertas por uma fina camada branca.” (BBC, 28 de Agosto de 2002)

Esta é a Bhopal de hoje!

Quando o sol se levantou por cima de Bhopal na manhã seguinte, foi anunciado que o ar estava limpo do gás. Mas a cidade manteria as consequências físicas e psicológicas dessas poucas horas horríveis durante as décadas – se não mesmo os séculos – seguintes. Gerações inteiras por nascer estão condenadas a sofrer com isso. Por outras palavras, esse não foi o fim do sofrimento para os habitantes de Bhopal mas apenas o começo.

Os números da morte ainda hoje continuam a subir. Em média, um sobrevivente morre diariamente de causas relacionadas com o gás venenoso. Muita gente ficou cega. “Mais de 100 000 pessoas sofrem de enfermidades crónicas ou debilitantes”, relatou a Amnistia Internacional. Mais de meio milhão de pessoas foram expostas ao gás.

“Nos becos estreitos do bairro pobre perto da fábrica onde ainda vivem milhares de vítimas do gás, fica a casa de Raisa Bi. Ela tem lutado para dar medicamentos ao seu marido doente, que sofre de agudas dores de estômago e de falta de respiração. A vida nunca mais foi a mesma para Raisa e para milhares de outras pessoas no seu bairro desde que o desastre do gás os atingiu.”

“Nagma, de 21 anos, ganha a vida para os seus pais inválidos e o seu irmão fazendo sacos de papel. Ela tinha um ano de idade naquela manhã fatal de 1984. ‘Temos pouca esperança’, disse ela.” (BBC, 3 de Dezembro de 2003)

“A aproximar-se do seu 20º aniversário, Deepika pesa apenas 33 quilos e tem pouco mais de 1,3 metros de altura. Os seus períodos, que começaram no ano passado, são irregulares e sofre de tonturas atordoantes. Está impossibilitada de se concentrar e ainda não conseguiu acabar a escola. [...] A história de Deepika não é atípica em Bhopal.” (Guardian, 29 de Novembro de 2004)

“Gazmian tem 20 anos. Nasceu em pleno desastre, de onde obteve o seu nome. Vive uma vida simples no bairro pobre da colónia de Navab em Bhopal. A sua cara está cheia de acne e o seu corpo dorido quase não se pode mover... A vida de Gazmian é uma das 500 000 destruídas por esse desastre... Nunca pôde trabalhar; os seus problemas respiratórios tornam-lhe impossível fazer qualquer trabalho físico.” (Le Monde Diplomatique, Janeiro de 2005)

Não é claro quantas mais gerações sofrerão com esse desastre, mas é claro que “estamos apenas a começar a ver os efeitos do que o gás faz ao corpo humano”, diz Satinath Sarangi, de uma ONG envolvida na distribuição de ajuda médica às vítimas.

E como dizia uma reportagem difundida pela BBC a 2 de Dezembro de 2004: Hoje, em Bhopal, há níveis anormalmente elevados de cancro da pele, cancro pulmonar, cancro gastrointestinal, defeitos genéticos, problemas menstruais sérios e taxas de aborto sete vezes superiores à média nacional, falhas de coordenação, perda de memória, cegueira parcial, paralisia e sistemas imunes debilitados.

Hoje em Bhopal há crianças mais pequenas com cabeças mais reduzidas. As mulheres têm uma menopausa prematura, por volta dos 30-35 anos. O número de casos de cancro e tuberculose é quatro vezes mais elevado entre as pessoas que vivem na área afectada que noutros lugares. Muitos dos bebés vítimas do gás nasceram com deformações. Diariamente, 4000 pessoas fazem fila nos hospitais de ajuda às vítimas do gás com doenças que variam de pulmões afectados a problemas graves do coração, sistemas imunes destruídos e doenças como a tuberculose. Esta é a Bhopal de hoje!

Um acidente ou os lucros a mandar?

A fábrica da Union Carbide em Bhopal produzia isocianato de metilo (MIC), uma combinação intermédia usada na produção do pesticida Sevin dessa empresa. O MIC é um das substâncias mais tóxicas e letais conhecidas da humanidade. A empresa sabia que o MIC era fatal se inalado.

Segundo a reportagem da BBC, a médica da fábrica deu a conhecer as suas preocupações sobre a segurança das 20 000 pessoas que viviam perto da fábrica, depois de um trabalhador ter morrido ao inalar o MIC. Ela queria um plano de acção no caso de uma fuga e que os habitantes locais soubessem o que as substâncias químicas aí produzidas poderiam fazer. Demitiu-se quando a empresa se recusou a ouvi-la. Assim, um acidente estava à espera de acontecer quando, logo após a meia-noite de 2 de Dezembro de 1984, “um grande volume de água foi aparentemente introduzido no tanque de MIC, causando uma reacção química que forçou a válvula de escape químico a abrir, o que permitiu que o gás escapasse.” (Revista New Scientist, Dezembro de 2002) A Union Carbide sempre alegou que o escape fora o resultado de um acto deliberado de sabotagem, mas nunca foi encontrada nenhuma prova disso e as investigações sugerem o contrário.

“A investigação da New Scientist sobre o acidente e estudos subsequentes pela empresa e pelos sindicatos mostraram que uma válvula defeituosa deixou que quase uma tonelada de água, que estava a ser usada para limpar os tubos, entrasse num tanque que continha 40 toneladas de isocianato de metilo (MIC). A reacção resultante produziu uma nuvem de gás tóxico.” Se o MIC for mantido arrefecido não é violento, mas se for misturado com água, ferve perigosamente e acabará por explodir. Esse perigo era bem conhecido. Independentemente de como aconteceu o desastre, deveria ter sido contido por medidas de segurança que são necessárias e exigidas para essas substâncias químicas mortais, desde que as vidas das pessoas não sejam comparadas às pestes a serem eliminadas pelos produtos da empresa. É verdade que foram instalados quatro sistemas de segurança diferentes para impedir a água de entrar no tanque de MIC da fábrica. Mas a investigação da New Scientist argumenta que não foi contida porque “Bhopal tinha um equipamento de emergência muito mais limitado que o da fábrica da Carbide nos EUA.” Nessa noite não funcionou nenhuma das quatro medidas de emergência.

Um sistema de refrigeração – um sistema de arrefecimento que teria prevenido a reacção entre o MIC e a água que entrou no sistema – estava desligado. Pelo menos, teria reduzido a velocidade do processo e os trabalhadores poderiam ter cheirado a fuga e encontrado a sua fonte.

Um segundo sistema de segurança, as “escovas de gás” que poderiam neutralizar o MIC com refrigerante cáustico, não estava em operação. Estava apenas em espera.

Ao contrário da fábrica dos EUA, Bhopal não tinha nenhum tanque crucial de “recolha” para onde poderia ter escoado a massa de substâncias químicas que ferveram para fora do tanque de MIC. Dessa maneira, só teriam escapado os gases que poderiam ter sido queimados no exterior através de torres de labareda ou filtrados no exterior através das “escovas”.

O terceiro dispositivo de segurança que ainda poderia ter impedido o desastre, a torre de labareda, não estava a trabalhar. Estava fechada para reparação na noite do acidente. A fábrica dos EUA tinha uma segunda, de reforço. A única “escova” de Bhopal ficou subjugado pela massa de líquidos e gases a ferver a uma taxa cem vezes superior àquela para que fora projectada.

Os responsáveis da fábrica tinham desligado os alarmes da fábrica para não causar pânico na cidade.

As acções da Union Carbide são um exemplo claro de como os imperialistas valorizam a vida das massas, especialmente nas nações oprimidas. Mesmo quando se trata de medidas de segurança simples e óbvias, eles têm um duplo padrão. A causa principal do desastre não foi nenhuma negligência por parte dos trabalhadores da empresa ou dos responsáveis dos níveis inferiores. Foi o projecto e os procedimentos de operação da própria fábrica, que pode ter seguido instruções da sede da Union Carbide nos EUA, e que de qualquer modo foram aprovados por eles, de acordo com um memorando de 1972 da empresa. A razão básica não foi algo impossível de prever mas todo o funcionamento demasiado previsível de um sistema movido pelo lucro, mesmo que à custa das vidas de dezenas de milhares de pessoas e da miséria de centenas de milhares. Para usar termos mais imediatos, a Union Carbide tinha estado a tentar atingir a rentabilidade à custa de medidas elementares de segurança e colocou toda a cidade em perigo desnecessário.

Os camponeses indianos não estavam a comprar o pesticida Sevin da empresa. Uma seca tinha piorado a situação. Em apenas quatro anos, a fábrica de Bhopal passou de potencial fonte de rendimentos a encargo financeiro. A empresa instituiu um programa de corte de despesas que afectou directa ou indirectamente as medidas de segurança consideradas obrigatórias para a produção dessa mistura perigosa: “Um terço da mão-de-obra foi despedido. A produção de Sevin foi diminuída. Na unidade do MIC os sistemas de segurança foram reduzidos. As verificações de segurança passaram a ser feitas menos frequentemente. O número de supervisores foi reduzido a metade.” (Reportagem da BBC)

Depois de uma série de acções de activistas e de uma subsequente ordem do tribunal, em Novembro de 1999 a empresa divulgou alguns memorandos internos que revelam partes da história não contada. “Segundo um memorando de 1972, se a Carbide emitisse acções suficientes para cobrir os custos estimados de 28 milhões de dólares, a posição da empresa na sua subsidiária indiana desceria abaixo de 53 por cento. Teria reduzido o seu controlo da empresa. Para o evitar, teria de ‘reduzir o valor do investimento... para 20,6 milhões de dólares’, sendo os cortes ‘principalmente no projecto do Sevin’. Isso significava usar o que outro memorando admitia serem tecnologias não-provadas, principalmente em sistemas não directamente envolvidos no acidente. Porém, o sistema de produção do Sevin envolvido no acidente tinha tido ‘apenas um teste limitado’, dizia o memorando.” (New Scientist)

Se este desastre pudesse ser chamado de acidente, seria um acidente que poderia ter sido prevenido com precauções muito directas – se os capitalistas pudessem ter dado menos peso ao seu lucro e um pouco mais às vidas de centenas de milhares de seres humanos que viviam perto da fábrica. Mas, apesar da sua cobiça e da sua natureza criminosa, há alguma verdade no seu argumento de não se poderia esperar que os executivos da Union Carbide agissem de outra forma – se o tivessem feito, teriam deixado de existir como capitalistas. Teriam perdido dinheiro e por isso todo o sistema teria de os castigar, desde o capital financeiro que teria enviado imediatamente a empresa para os tribunais em que poderiam ter sido julgados pela forma mais criminosa de negligência: a traição ao seu dever perante os interesses dos seus fiadores e accionistas.

Foram os responsáveis levados à justiça?

Usando o pretexto da sua alegação de “sabotagem”, a Union Carbide nunca assumiu a culpa do desastre. A empresa ainda hoje se recusa a participar no julgamento perante o tribunal indiano que recebeu as acusações criminais movidas contra a empresa e os seus responsáveis. Nos 20 anos que decorreram desde o desastre, nem o governo dos EUA nem o indiano obrigaram a empresa a ir a julgamento. Em vez de um tribunal que decidisse os danos que deveria indemnizar, a Union Carbide pôde negociar um acordo com o governo indiano, que supostamente representava as vítimas.

No sistema imperialista mundial, onde os tribunais são instituídos para defender o capital, não as massas, o funcionamento da “justiça” tem sido ainda mais previsível que o próprio desastre.

Segundo o acordo negociado em 1989, a empresa pagou 470 milhões de dólares de compensação ao governo indiano para serem distribuídos às vítimas. Mesmo que isso fosse uma compensação justa nesse momento – e não o era – milhares de pessoas mais morreram desde então e a verdadeira extensão do desastre continuou a vir à superfície. Os sobreviventes dizem que apenas receberam pouco mais de 400 dólares cada um, muito menos do que muitos tiveram que gastar em medicamentos durante as duas últimas décadas. E com isso esses criminosos alegam que compensaram os crimes que cometeram. Basta comparar isso com o caso do atentado de Lockerbie em que o governo britânico exigiu à Líbia que pagasse aos familiares cerca de 4 milhões de dólares por cada vítima. O que é que isso significa? As vidas britânicas são 10 000 vezes mais valorizadas que as das massas pobres e oprimidas da Índia.

Um advogado poderia alegar que os pagamentos nesses dois casos se basearam nos salários vitalícios esperados dos que morreram ou, no caso de Bhopal, ficaram incapacitados. Isto apenas mostra a absurdidade de um sistema que promete igualdade perante a lei e que nada tem a ver com justiça. Os países imperialistas falam alto sobre os direitos humanos, mas o facto é que os lucros têm precedência sobre o direito das pessoas a viverem seguras em qualquer lugar, sobretudo nos países onde a opressão cria as condições para muita da riqueza da qual estes imperialistas engordam.

O responsável pela Union Carbide, Warren Anderson, foi preso pelo governo local e acusado de homicídio quando viajou até à Índia depois do desastre de 1984. Mas, devido à pressão do governo dos EUA, foi imediatamente libertado sob fiança. Desde então que não se apresenta no tribunal. A Índia tem um tratado de extradição com os EUA, mas o governo indiano não mostrou nenhum desejo de iniciar os procedimentos de extradição contra ele. Pior, esse governo queria que a acusação de homicídio fosse reduzida a negligência. Isso teria levado o caso à mesma situação que o dos anteriores executivos indianos da Union Carbide que conseguiram reduzir as suas acusações a negligência.

Mas em Agosto de 2002 um juiz em Bhopal rejeitou o pedido do governo. O juiz Rameshwar Kothe disse: “Sempre considerei isto um crime dentro de um crime, as movimentações para diluir o veredicto de um homem que é responsável pela morte de seis vezes mais pessoas que as que morreram no incidente do World Trade Center.” Vários dias depois desse veredicto, o grupo ecologista Greenpeace disse que os seus membros tinham descoberto que Warren Anderson vive numa zona exclusiva de Hamptons, em Long Island, Nova Iorque. As autoridades dos EUA sempre insistiram que não sabiam do paradeiro de Anderson. Um porta-voz do grupo disse: “Se a Greenpeace pode descobrir a pessoa mais procurada da Índia, acho difícil de acreditar que mais ninguém o possa ter feito.”

Os habitantes de Bhopal alegam que o governo indiano decidiu não perseguir Andersen de modo a manter as relações EUA-Índia e reassegurar os investidores estrangeiros. Também acreditam que Deli cedeu à pressão da Dow Chemical, a empresa que passou a controlar a Union Carbide em 2001. Acreditam que o governo está desejoso de não espantar os investidores estrangeiros e dizem que é justo que Anderson, bem como o dirigente global da empresa, continuem a ser acusados de homicídio. No seu relatório sobre Bhopal, a Amnistia Internacional culpou o governo indiano por não tentar resolver os problemas de segurança da fábrica e por negociar uma indemnização “sem a participação das vítimas”.

O governo indiano representa uma classe compradora dominante cujos interesses vitais se baseiam agora na manutenção de laços com o imperialismo norte-americano e as suas empresas multinacionais. Para eles, o capital imperialista é o próprio ar que respiram e as vidas das pessoas valem apenas o que conseguirem obter no mercado imperialista mundial.

Os crimes do imperialismo contra a população de Bhopal naquela noite de 1984 fazem parte de um padrão continuado. Não só esse desastre, mas décadas de actividade da Union Carbide contaminaram a sua terra e água. As ruínas da fábrica com enormes quantidades de materiais tóxicos continuam a contaminar a água e o ambiente à volta do local da fábrica e a envenenar os habitantes locais. Metais pesados como o zinco, o cobre, o fósforo, o níquel e o mercúrio foram encontrados na água. A contaminação é milhares de vezes superior ao normal, mas dezenas de milhares de pessoas não têm outra alternativa senão bebê-la. Vestígios desses metais encontram-se agora no leite das mães, contaminando assim as futuras gerações. A Dow Chemical, nova proprietária da empresa, recusa a responsabilidade de a limpar. Tal limpeza sairia muito cara e necessitaria de tecnologia não disponível a toda a gente. “Tendo vendido as suas acções há muito tempo e não tendo nenhuma ligação ou autoridade sobre a fábrica, eles não podem ser neste momento considerados responsáveis”, disse o Juiz Distrital dos EUA, John F. Keenan. E acrescentou que a empresa tinha feito o suficiente e que muito tempo tinha passado. A Dow Chemical nega qualquer obrigação continuada pelo estado da fábrica de Bhopal ou para com a saúde das suas vítimas. “A Dow nunca teve nem operou nenhuma fábrica em Bhopal.” E esta é a única resposta.

A luta do povo: os slogans e o ódio

Por ocasião do vigésimo aniversário, houve memoriais indignados em Bhopal e noutros lugares, mesmo mais que em anos anteriores. Muitos estudantes e activistas de todo o mundo mantiveram vigílias à meia-noite e manifestações para exigir a justiça para o povo. Em Bhopal, vítimas, familiares e milhares de outras pessoas de todos os cantos da Índia marcharam pela cidade e queimaram efígies da Union Carbide e da Dow Chemical. Os manifestantes gritaram: “Morte à Dow e Morte à Union Carbide” – “Lutaremos e venceremos”. Têm marchado e manifestado em Bhopal todos os anos, a 2 de Dezembro, para lembrar os responsáveis e os seus defensores que não esqueceram o crime e continuarão a lutar.

“Não surpreende que o nome Union Carbide gere ressentimento e ódio”, observou um jornalista que falava com habitantes locais. Ele poderia ter dito o mesmo em todo o lado sobre as pessoas que sabem o que aconteceu. Mais que apenas um incidente que aconteceu há vinte anos, o desastre de Bhopal e o tratamento dado às vítimas revelam algo sobre a natureza do sistema que governa todo o nosso mundo.

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