Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 4 de Julho de 2011, aworldtowinns.co.uk

Flotilha de Gaza bloqueada

O “Dignité al-Karama”, um dos barcos que integram a Flotilha da Liberdade II
O Dignité al-Karama, um dos barcos que integram a Flotilha da Liberdade II

A flotilha internacional de protesto pelo bloqueio israelita a Gaza (ver o SNUMAG de 27 de Junho de 2011) tem estado bloqueada por aquilo a que os organizadores estão a chamar de acto de “Gazanização” – uma repressão política injusta e ilegal cuja única justificação é a defesa do estado israelita.

Depois de ter alegado inicialmente que os oito navios e barcos ancorados na Grécia estavam retidos para inspecção devido a uma queixa privada (de um grupo israelita) de que os navios não eram capazes de navegar, agora o governo grego proibiu abertamente todas as partidas com destino a Gaza. Uma nona embarcação atracada na Turquia ficou com o eixo do hélice danificado de uma forma muito parecida com o que tinha acontecido a outro barco da flotilha na Grécia.

Neste momento, o único barco da flotilha que está em mar aberto é o francês Dignité al-Karama.

O governo grego promulgou oficialmente a proibição de partida a 1 de Julho. O navio norte-americano The Audacity of Hope [A Audácia da Esperança], o maior navio da flotilha, com 51 passageiros e tripulantes e 11 jornalistas a bordo, saiu do porto pouco antes da ordem ter entrado em vigor, mas foi interceptado em mar alto por comandos armados e forçado a retroceder. O capitão foi preso, acusado do delito de “arriscar vidas” e continua detido em condições que os relatos dizem ser severas. Já antes da partida ele tinha sido atacado na rua por um grupo de homens.

Um dos participantes na flotilha saúda de bordo do “Juliano” à partida de Perama, perto de Atenas
Um dos participantes na flotilha saúda de bordo do Juliano à partida de Perama, perto de Atenas (Foto: John Kolesidis/Reuters)

A 4 de Julho, os participantes na flotilha iniciaram uma greve de fome frente à Embaixada norte-americana em Atenas em protesto pelo papel que os EUA e Israel desempenharam na decisão do governo grego e para exigirem a libertação do barco norte-americano e do seu capitão. Foram presas oito pessoas, que estiveram detidas por um breve período.

Apesar do navio norte-americano dever o seu nome a uma frase associada ao Presidente norte-americano Barack Obama, aparentemente reflectindo a esperança que o governo dele pudesse ficar incomodado e neutro, os responsáveis norte-americanos exigiram repetidamente que a flotilha fosse suspensa. O Quarteto, um grupo das principais potências imperialistas do mundo criado para mediar um acordo israelo-palestiniano e constituído pelos EUA, ONU, União Europeia e Rússia, emitiu um comunicado em que apela aos governos que “usem a sua influência para desencorajarem mais flotilhas”. Segundo os relatos, os responsáveis norte-americanos têm dito repetidamente aos participantes norte-americanos na flotilha que podem ser presos quando regressarem a casa por ajuda a um grupo “terrorista” (o Hamas, a organização islâmica que governa Gaza).

O argumento usado no comunicado do Quarteto e pelo governo grego é o do risco de os participantes na flotilha ficarem feridos ou serem mortos às mãos do exército israelita, o qual há um ano atingiu e matou nove passageiros de uma flotilha semelhante. Isto é uma posição moral e legalmente ultrajante, porque esses mesmos governos e o Secretário-Geral da ONU Ban Ki Moon se têm recusado a exigir que Israel cumpra a lei internacional e se abstenha de atingir manifestantes desarmados. O primeiro-ministro israelita Benjamim Netanyahu foi mais honesto ao agradecer ao primeiro-ministro grego George Papandreou e a outros governos o facto de terem apoiado Israel neste momento crucial.

Até este momento, foram noticiadas manifestações de emergência de apoio à flotilha na Grécia, no Canadá, na Bélgica e na Grã-Bretanha.

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