Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 3 de outubro de 2016, aworldtowinns.co.uk
A ocupação do Afeganistão sob a liderança dos EUA:
15 anos de inferno para as pessoas e sem fim à vista
A ocupação do Afeganistão por uma coligação de potências ocidentais encabeçada pelos EUA completará quinze anos a 7 de outubro.
Em vez de um qualquer sinal de fim desta guerra, há novos planos para que ela continue. O presidente norte-americano Barack Obama, falando a 6 de julho deste ano, delineou o plano dele para manter 8400 soldados norte-americanos no Afeganistão, já depois de o mandato presidencial dele ter chegado ao fim em janeiro de 2017, juntamente com mais de 6000 forças da NATO e outras forcas da chamada coligação.
Isto é o contrário da promessa que Obama fez há oito anos durante a campanha dele para a presidência. Depois de várias reviravoltas durante o mandato dele, a começar com um drástico aumento em 2009 do número de tropas em relação ao nível estabelecido pelo predecessor dele, o Presidente George W. Bush, numa fútil tentativa de obter uma vitória rápida, e depois por vastas reduções de tropas, tendo no final optado por manter a ocupação.
Tem sido repetidamente demonstrado que fazer a guerra é um trabalho permanente de qualquer presidente norte-americano para satisfazer os interesses imperialistas dos EUA, e Obama não podia ser uma exceção. Apesar dos esforços dele para fingir que não é um promotor da guerra, os EUA estiveram em guerra ao longo de toda a presidência dele. Tem tropas a combater no Afeganistão, e agora novamente no Iraque (para onde Obama enviou recentemente mais tropas, elevando o número de forças norte-americanas para mais de 5000), bem como na Síria e na Líbia. As bombas e os mísseis norte-americanos também estão a matar pessoas no Paquistão, na Somália e no Iémen.
Na declaração onde ele anunciou o prolongamento da guerra no Afeganistão, Obama tentou minimizar a importância dessa decisão.
“Em comparação com a anterior missão delas – ajudar a liderar os combates – as nossas forças estão agora focadas em duas missões limitadas: treinar e aconselhar as forças afegãs e apoiar as operações contraterroristas contra os restos da Al-Qaeda, bem como contra outros grupos terroristas, incluindo o ISIL [Estado Islâmico ou Daesh]. [...] Diariamente, quase 320 mil soldados e polícias afegãos estão a servir e a lutar, e muitos deles dão as vidas em defesa do país deles.” (Estas e outras citações subsequentes desse discurso são extraídas da cópia distribuída pela Casa Branca a 6 de julho de 2016.)
Para encobrir a verdadeira intenção da guerra e o custo real para o povo afegão, Obama referiu-se a ganhos que, segundo ele, se devem a esta guerra.
“Com o nosso apoio, o Afeganistão é um lugar melhor que antes. Milhões de crianças afegãs – meninos e meninas – vão à escola. Dramáticas melhorias na saúde pública têm salvado vidas de mães e crianças. Os afegãos têm deitado os votos nas urnas em eleições democráticas e viram a primeira transferência democrática de poder na história do país. Esse governo é um forte parceiro nosso no combate ao terrorismo. Foi esse o progresso que ajudámos a tornar possível.”
Após 15 anos de ocupação e imposição de uma guerra brutal ao povo, a qual causou um imenso sofrimento, tudo aquilo para que Obama conseguiu apontar foram os vários meninos e meninas que voltaram à escola e as insatisfatórias melhorias na saúde pública a que ele falsamente chamou de “dramáticas”. Nem o número de crianças na escola nem a saúde pública recuperaram até aos níveis alcançados antes da intervenção imperialista ocidental para apoiar certos jihadistas da variante do fundamentalismo islâmico amiga dos EUA e do Paquistão, nessa altura em guerra contra a ocupação soviética do Afeganistão entre 1979 e 1989.
A referência de Obama a votos e “eleições democráticas” é especialmente hipócrita, dado que os vencedores das eleições organizadas pelos EUA foram Hamid Karzai e depois Ashraf Ghani, dirigentes de um dos regimes mais corruptos do mundo, mesmo segundo a comunicação social e os responsáveis norte-americanos. Mesmo com o apoio dos ocupantes, ambos tiveram de manipular as eleições para ganhar. A declaração de Obama não é muito diferente da que ele fez sobre o Iraque a 14 de dezembro de 2011: “Estamos a deixar para trás um Iraque soberano, estável e autossuficiente, com um governo representativo que foi eleito pelo seu povo.” (CNSNews.com, 29 de dezembro de 2014)
Um “país soberano” onde os EUA instalaram o regime, em cooperação com outras forças reacionárias da região, como o Irão, a Arábia Saudita e a Turquia, um lugar onde a interferência estrangeira tornou a vida política num fenómeno lateral para a maioria dos iraquianos. Um país “estável” onde a competição entre essas potências tem constantemente criado conflitos, e onde o Daesh conseguiu avançar até poucos quilómetros da capital, Bagdad. Obama não fez nenhuma referência a Abu Ghraib e a outras prisões onde as forças norte-americanas torturaram e assassinaram pessoas, sobretudo pessoas comuns, abrindo caminho à conversão desses prisioneiros em apoiantes do Daesh. Não fez nenhuma referência à sangrenta guerra sectária que os EUA desencadearam e alimentaram, a qual resultou no assassinato de dezenas de milhares de pessoas e na deslocação de milhões de pessoas. Não fez nenhuma referência à islamização do Iraque sob a ocupação liderada pelos EUA, a qual mudou dramaticamente a vida do povo iraquiano e sobretudo das mulheres, e acabou por dar à luz forças horrendas como o Daesh. Nem fez nenhuma referência a outras consequências horrendas que isso tem infligido aos povos do Iraque e do Médio Oriente.
Da mesma forma, na declaração dele sobre o Afeganistão, Obama não fez nenhuma referência àquilo por que o povo do Afeganistão tem passado devido a uma guerra injusta e brutal levada a cabo pelos imperialistas ocidentais. Ele não se referiu às dezenas de milhares de inocentes que perderam a vida devido aos bombardeamentos e à guerra. Não fez nenhuma referência às crianças aterrorizadas que acordam a meio da noite para verem os pais mantidos sob a mira das armas das tropas norte-americanas. Não mencionou as pessoas que são repetidamente paradas e revistadas pelas forças ocupantes. Durante os últimos quinze anos, os EUA desencadearam ataques com bombas e mísseis a muitas reuniões de aldeia. No mais recente, a 28 de setembro, um drone norte-americano atacou uma celebração numa aldeia na província de Nangarhar, matando pelo menos 15 civis e ferindo outros 13, segundo a ONU (The Guardian, 30 de setembro).
Obama vangloria-se das “dramáticas” melhorias na saúde pública, mas não menciona os hospitais bombardeados. Num dos incidentes mais notórios, um navio de guerra norte-americano destruiu um hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz em setembro de 2015, assassinando pelo menos 42 pacientes e membros do pessoal médico e ferindo outras 30 pessoas.
Ao falar do regime corrupto que os EUA fizeram eleger “democraticamente”, Obama não menciona os direitos dos muitos milhares de pessoas que foram insultadas, encarceradas e horrendamente torturadas em Bagram e outras bases militares norte-americanas ou controladas pela NATO no Afeganistão, das pessoas que foram presas e falsamente acusadas de ligação à Al-Qaeda ou aos talibãs, e que, depois de terem sido libertadas, ficaram decididas a se juntar aos talibãs. Não menciona aqueles que foram torturados até à morte, mesmo sem a formalidade de um julgamento.
Obama referiu-se ao combate a grupos terroristas, mas não fez nenhuma referência ao facto de os fundamentalistas islâmicos no Afeganistão estarem agora mais fortes que nunca, graças à ocupação. Antes odiados pela maioria das pessoas no Afeganistão, agora, graças aos ocupantes e ao regime por eles instalado e às suas atrocidades, os talibãs conseguiram conquistar apoio em muitas partes do país, mesmo em lugares onde antes nunca tinham tido muito apoio, como em Badakhshan, no norte do país. Ele não disse que o Daesh também está a conquistar terreno no Afeganistão. A ocupação liderada pelos EUA tem sido um enorme fator na crescente força dos fundamentalistas.
A ocupação não trouxe nada semelhante a uma libertação para as mulheres do Afeganistão. Na realidade, elas têm sido as piores vítimas desta ocupação e desta guerra. Os seus direitos mais básicos foram explicita e implicitamente colocados em saldo para agradar aos jihadistas favorecidos pelos EUA e para atrair os talibãs para a mesa das negociações. Isto tem resultado em alguns dos casos mais escandalosos do país, como a alteração das leis da família, as violações e os sequestros de jovens mulheres com total impunidade e o clima que levou a crimes como o conhecido assassinato de Farkhunda e o apedrejamento de Rakhshana.
E quanto à reconstrução da economia e à edificação da nação inicialmente prometidas pelos ocupantes? Obama prefere também nada dizer em relação a isto. Podemos ver para nós mesmos as características de uma economia que foi “reconstruída” pelos EUA e outros ocupantes imperialistas. A economia afegã baseia-se sobretudo no cultivo de papoilas para a produção e exportação de ópio. O Afeganistão fornece atualmente cerca de 90 por cento do mercado mundial de ópio. Milhões de pessoas estão empregadas ou envolvidas de alguma maneira no tráfico de droga. Tanto os ocupantes norte-americanos como os talibãs encorajam isso.
Um outro pilar da economia afegã é a “ajuda” fornecida pelos ocupantes e por outros países doadores. O governo norte-americano injetou 115 biliões [115 mil milhões] de dólares na economia afegã, supostamente para a reconstrução do país (The New York Times, 17 de setembro de 2016). Como resultado disso, a economia ficou viciada no dinheiro fornecido pelos ocupantes. Além disso, isto gerou uma enorme corrupção, especialmente entre os senhores da guerra jihadistas e outros burocratas governamentais. A situação global não deixou outra alternativa a milhões de pessoas que não fosse saírem do país ou viverem do dinheiro que os familiares lhes enviam do estrangeiro. As décadas de guerra não só forçaram milhões de pessoas a procurar refúgio em países vizinhos ou outros países, como agora a situação económica também está a empurrar os setores mais abastados da população, e sobretudo a geração mais jovem, a deixarem o país e procurarem abrigo noutros lugares.
Os imperialistas norte-americanos gastaram mais de um trilião [milhão de milhões] de dólares numa guerra que causou diretamente a morte de mais de 150 mil civis e soldados e feriu muitos mais. A guerra também causou indiretamente a morte de centenas de milhares de outras pessoas e o sofrimento de milhões. Certamente que isto não foi feito para fazer regressar à escola alguns meninos e meninas, mas em defesa dos interesse globais e dos interesses regionais dos EUA.
Reduzir as tropas para continuar a ocupação
Vangloriando-se dos esforços dele para diminuir o envolvimento dos EUA, Obama citou a redução das tropas norte-americanas de 100 mil para menos de 10 mil e a alegada alteração da missão delas, do combate para o treino e aconselhamento das forças afegãs e o apoio a operações contraterroristas. Mas ele referiu-se de imediato aos 320 mil soldados e policias afegãos que os EUA estão a tentar organizar para combaterem as batalhas deles no Afeganistão.
Em primeiro lugar, reduzir o número não altera a natureza da missão. As quase 15 mil tropas dos EUA e da sua “coligação” são mais que suficientes para os tornar invasores e ocupantes. Tenha-se em conta que os EUA e os seus aliados iniciaram a ocupação com 30 mil tropas. Em segundo lugar, independentemente do seu número, essas forças estão a defender o mesmo objetivo que as guiou desde a invasão de 2001, dominar o Afeganistão e controlar uma região estrategicamente importante, e ao serviço dos interesses regionais e globais do imperialismo norte-americano. Manter 100 mil soldados norte-americanos no Afeganistão era insustentável para os EUA. A redução não alterou a natureza da guerra nem representou nada que se pareça com o fim da guerra. Foi uma mudança de tática por parte de Obama, da administração dele e dos seus líderes militares para tornar essa guerra sustentável à custa de vidas afegãs. O exército nacional afegão perdeu quase 3000 oficiais e soldados em 2013, e desde então as suas perdas pelo menos duplicaram.
Os EUA também têm tentado “legalizar” a sua presença militar e política durante um futuro indefinido através da assinatura de um tratado estratégico bilateral com o governo afegão. Esse tratado, assinado pelo presidente Ghani, revela a verdadeira intenção dos EUA, que é manter a ocupação enquanto puder. Ele dá aos EUA acesso permanente a nove importantes bases terrestres e aéreas, incluindo Bagram, Jalalabad e Kandahar. Permite aos EUA manterem no país as suas aeronaves e um grande número de Forças Especiais e “conselheiros”, pelo menos até ao fim de 2024, com a opção de renovarem o tratado nessa data. Esse acordo também dá imunidade às tropas norte-americanas em relação à lei afegã. Nenhum soldado norte-americano pode ser preso ou julgado por afegãos.
A guerra com os talibãs
À retirada soviética do Afeganistão seguiram-se vários anos de sangrentas querelas entre os senhores da guerra jihadistas que tinham feito a guerra contra os soviéticos. Foram chacinados civis. Grande parte de Cabul foi destruída. Isto levou muitas pessoas a apoiar a tomada do poder pelos talibãs nos anos 1990, organizada pelo Paquistão com o apoio da Arábia Saudita e do Qatar e com o acordo implícito dos EUA. Após os ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Centre e ao Pentágono, os EUA decidiram que tinham de intervir diretamente no Afeganistão. Mas as pessoas que os EUA e seus aliados puseram no poder em lugar dos talibãs não eram ideologicamente muito diferentes. A diferença era serem mais amistosos em relação aos EUA e ao Ocidente, ou oportunisticamente aparentarem sê-lo, ou não se importarem com quem dominava o país desde que tivessem um quinhão do poder. Depois da invasão liderada pelos EUA, os talibãs aproveitaram o descontentamento dos afegãos com a ocupação e as atrocidades cometidas pelos ocupantes e pelo regime por eles instalado, descontentamento que se foi tornando mais generalizado com a continuação da guerra.
Os EUA têm consciência da extrema corrupção do regime e das atrocidades cometidas pelas suas forças armadas, porque elas são treinadas para fazer isso, tal como são simplesmente incapazes de agir sem tudo isso. Os EUA também estão bem conscientes de que ao fim de 15 anos a guerra está num beco sem saída.
Os talibãs enfrentam sérias limitações. Já não desfrutam do apoio ou da neutralidade dos EUA que lhes permitiu chegar ao poder há duas décadas. São uma força reacionária e fundamentalista. Quando estão no poder, são brutais e opressores para com as mulheres, as nacionalidades não-pachtuns e as outras religiões, e portanto terão grande dificuldade em unir muitas das províncias e das pessoas. A contradição entre o chauvinismo pachtun deles e as outras nacionalidades como os tajiques, os hazaras e os uzbeques é muito aguda. Apesar dos avanços deles em algumas zonas, não conseguiram tomar o poder a nível nacional ou nas principais cidades. Por exemplo, recentemente tomaram pela segunda vez partes da cidade de Kanduz, no norte do país, mas tiveram de retirar rapidamente.
Contudo, os EUA e a sua coligação podem ter chegado à conclusão que não irão conseguir derrotar os talibãs. Os EUA não conseguiram acabar com as ambições dos talibãs e dos apoiantes deles quando tinham mais de 100 mil tropas no Afeganistão, e agora os talibãs estão novamente a fazer avanços militares. A frustração dos EUA ficou clara num comentário de um “responsável sénior da administração sob condição de anonimato”. Ele estava a referir-se às forças afegãs, mas também poderia querer dizer as forças norte-americanas que as estão a liderar:
“Não parece que as forças afegãs venham a conseguir derrotar os talibãs num futuro próximo. [...] Nem é claro que os talibãs venham a obter qualquer ganho estratégico significativo ou conseguir tomar e manter um terreno estratégico. É um beco sem saída muito horrendo e muito dispendioso.” (The New York Times, 17 de setembro de 2016)
Porém, esta perspetiva não irá impedir os EUA de tentarem preservar os seus interesses por outros meios. A sua solução é incluir os talibãs num acordo de partilha do poder. Como consequência, isso irá aumentar a influência do Paquistão, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos no Afeganistão. Tal como disse Obama ao explicar os esforços norte-americanos para atraírem os talibãs para a mesa das negociações: “A única maneira de acabar com este conflito e obter uma redução total das forças estrangeiras no Afeganistão é através de um acordo político duradouro entre o governo afegão e os talibãs. Essa é a única maneira. E é por isso que os Estados Unidos irão continuar a apoiar fortemente um processo de reconciliação liderado pelos afegãos.”
Portanto, toda a conversa sobre a libertação das mulheres e a paz e prosperidade evaporou-se no ar. As promessas sobre a democracia não produziram nada a não ser um regime fantoche e corrupto. Em vez de a guerra ser para acabar com o terrorismo fundamentalista, acabou por ser para forçar os talibãs à mesa das negociações.
Os EUA e o regime por eles instalado estão a tentar obter isso, mas parece não ter funcionado até agora. Para convencerem os talibãs a negociar, os EUA também têm de convencer o Paquistão – agora profundamente envolvido numa disputa com a Índia pela influência regional –, a Arábia Saudita e os estados do Golfo na disputa deles com o Irão. Também há outros países envolvidos.
A solução dos imperialistas é manter a ocupação, pelo menos dada a atual situação mundial. Tendo em conta esta situação, as limitações particulares dos imperialistas e o atual equilíbrio de forças, eles não têm de facto nenhuma outra opção. Do ponto de vista dos EUA, nenhum aumento ou diminuição de forças, e nenhuma quantidade de apoio ou de um maior treino por parte de conselheiros norte-americanos ao exército dito nacional afegão, pode resolver este problema.
Quanto aos seus oponentes, as forças fundamentalistas islâmicas como os talibãs, o Daesh e a Al-Qaeda que se opõem ao atual regime afegão, apesar dos conflitos entre eles com base em mútuas diferenças religiosas e nacionais, também são todos opressores e, tal como o regime, estão alinhados com regimes reacionários estrangeiros. No mínimo, também fazem parte do problema e nunca poderão fazer parte da solução.
As forças de ambos os lados do conflito estão a tentar aguentar até encontrarem uma oportunidade. Os EUA e os talibãs, ou o Paquistão ou qualquer outro interveniente no conflito, podem não preferir a atual situação, mas também podem tirar proveito dela e ajudar a manter a guerra no Afeganistão, mesmo que com uma intensidade mais reduzida. O Paquistão pode impedir os acordos de paz propostos e manter o Afeganistão instável, e os EUA também têm uma “boa” desculpa, tanto a nível interno como internacional, para manterem a sua ocupação a um custo mais sustentável, pelo menos até que seja atingida uma situação mais estável no mundo, o que pode não acontecer brevemente.
O povo do Afeganistão, cujos interesses deveriam ser supremos nesta situação complexa, não é considerado importante pelos reacionários. Uma força revolucionária que possa basear-se no povo e tenha uma posição clara e inequívoca tanto contra os ocupantes imperialistas como contra as forças fundamentalistas reacionárias poderia solucionar o problema a favor dos interesses das massas populares. O que é necessário é um partido revolucionário cuja meta seja acabar com toda a exploração e opressão e que lidere as massas para se libertarem do caos que os imperialistas, os fundamentalistas reacionários e os apoiantes deles criaram no Afeganistão – e em todo o mundo.