Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 23 de Julho de 2012, aworldtowinns.co.uk
PCI (Maoista) apela a homenagem aos camaradas que perderam a vida na luta pela revolução na Índia
O Partido Comunista da Índia (Maoista) emitiu um apelo à homenagem (entre 28 de Julho e 3 de Agosto) aos que perderam a vida na luta revolucionária. O apelo analisa os crescentes ataques repressivos contra o movimento popular e a importância de proteger o partido e a sua liderança e é um tributo aos militantes do partido que perderam as suas vidas durante o último ano. Publicamos de seguida uma versão desse apelo. O documento completo está disponível em inglês em: BannedThought.net/India/CPI-Maoist-Docs/Statements-2012/120705-CC-MartyrsDayCircular-Eng-CORRECTED.pdf.
No decurso do esforço com dedicação extrema pela vitória da Revolução de Nova Democracia na Índia na via da Guerra Popular Prolongada tal como indicado pelos fundadores do nosso partido, os grandes líderes e mártires Camarada Charu Mazumdar e Camarada Kanhai Chatterji, pelo estabelecimento do socialismo e em última instância do comunismo, quase mais de 150 preciosos filhas e filhos do proletariado e pessoas comuns deram as suas vidas mais inestimáveis. Muitos de entre eles perderam as suas vidas em falsos recontros montados pelas forças armadas governamentais. O Comité Central do nosso partido presta a sua humilde homenagem vermelha a todos os nossos queridos mártires e empenha-se uma vez mais no cumprimento das aspirações deles. Apelamos ao partido, ao Exército Guerrilheiro Popular de Libertação, aos Comité Populares Revolucionários, às organizações de massas e às massas revolucionárias a que participem com espírito revolucionário na Semana de Homenagem aos Mártires, em memória dos nossos queridos mártires, entre 28 de Julho e 3 de Agosto de 2012, erguendo bem alto os sacrifícios deles e empenhando-se uma vez mais no cumprimento das aspirações deles.
As classes dominantes indianas mais reaccionárias, com o apoio total, orientação e todo o tipo de ajuda dos imperialistas, particularmente os imperialistas norte-americanos, estão a levar a cabo em todo o país a multidireccionada Operação Caçada Verde, a qual está a ficar cada mais aterradora, horrenda e mais opressiva para as massas nesta sua segunda fase. Os nossos queridos mártires têm dado as suas vidas combatendo-a com corajem. A maioria deles perdeu a vida a defender os êxitos da Guerra Popular, o povo, o partido e o exército popular, e ao mesmo tempo a defender e expandir os órgãos do poder da nova democracia recém-emergidos e mantidos nas zonas de guerrilha e nas bases da guerrilha. Eles combateram valentemente o inimigo e deram as vidas deles acrescentando assim novos capítulos de sacrifício à história da Guerra Popular. Alguns camaradas morreram em acidentes ou devido a doença e foram martirizados sobretudo pela falta de instalações médicas por causa da repressão inimiga. Alguns morreram devido à tortura do inimigo ou na prisão. Qualquer que tenha sido a forma como morreram, as aspirações, a prática abnegada e os sacrifícios de todos estes mártires visaram a libertação do povo do nosso país e das massas oprimidas deste mundo de todas as formas de exploração e opressão.
É por isso que o martírio deles é mais alto que os Himalaias e vale a pena ser recordado. A Semana de Homenagem aos Mártires deste ano traz-nos um pesar particularmente insuportável e a inspiração suprema dos grandes mártires. O dirigente da Revolução indiana, o general da Guerra Popular, o membro do nosso Politburo e líder amado das massas oprimidas, Camarada Mallojula Koteswara Rao, de pseudónimo Kishenji, foi martirizado num falso recontro a 24 de Novembro de 2011, apanhado numa trama dos governos central e do estado de Bengala e dos serviços secretos centrais e do estado de Bengala. Este assassinato cruel pela clique da classe dirigente fascista Sonia-Manmohan-Chidambaram-Pranab Mukherji-Jairam Ramesh em conivência com o Ministro-Chefe do Bengala Ocidental, Mamta Banerji, causou uma imensa perda no movimento revolucionário indiano.
Se quisermos avançar com a revolução até à vitória utilizando as excelentes condições materiais, então também teremos de melhorar rapidamente as nossas condições subjectivas. Impedir as perdas nas nossas forças subjectivas, em particular impedir as perdas na nossa liderança de topo é uma das mais importantes tarefas que o nosso partido enfrenta. É verdade que o povo gerou os líderes revolucionários no decurso da revolução. Mas também é igualmente verdade que uma vez perdidos esses líderes, líderes que tinham obtido décadas de uma vasta experiência e que tinham guiado o partido com uma firme confiança no povo e na revolução, não é assim tão fácil gerar novamente líderes como esses.
A mobilização de forças do exército para Bastar, a abertura de escolas de treino militar, o fornecimento de treino especial a uma Brigada de forças, a criação de novos batalhões todos os anos, o enorme aumento do orçamento militar, a construção das infra-estruturas necessárias para a mobilização da força aérea, a compra-aluguer e utilização de helicópteros e UAVs [aviões não tripulados], tudo isto faz parte da gigantesca ofensiva militar multidireccionada Operação Caçada Verde. A mobilização do exército para Bastar não serve apenas para esmagar o movimento aí, mas também para debilitar os movimentos nos estados de Andhra Pradesh, Odisha e Maharashtra que fazem fronteira com Bastar e também os movimentos em Jharkhand, Bihar e outros estados do norte e leste da Índia e os movimentos no sul e ocidente da Índia, visando assim esmagar-nos no país inteiro. É por isso que temos de fazer um esforço especial para construirmos um vasto movimento militante de massas nas nossas zonas de movimento, no nosso país e no estrangeiro, de oposição à concentração do exército nas zonas do movimento e concretamente em Bastar.
Nas gigantescas operações especiais recentemente levadas a cabo pelas forças inimigas, a nível de brigada, em Dandakaranya, Jharkhand, Bihar, Odisha, COB e AOB, foram usados UAVs. Eles estão a finalizar todos os preparativos para uma os utilizarem em larga escala (na recolha de informações, em bombardeamentos e disparos). Nós temos de mobilizar a uma grande escala pessoas de todos os sectores que são contra o uso dos UAVs. Temos de nos unir aos movimentos que estão a surgir a nível internacional contra o uso de aviões não tripulados, em particular em países como o Afeganistão, Paquistão, Iémen, Iraque, Palestina, etc. Temos de nos esforçar para mobilizarmos o apoio internacional de oposição à concentração do exército e ao uso de UAVs nas nossas zonas de movimento. De facto, os lakhs [um lakh = 100 000] de membros das forças armadas, das forças paramilitares e policiais e o número de helicópteros deslocados para as nossas zonas de movimento são maiores que o número de membros das forças armadas ou de aviões e helicópteros das forças aéreas da maioria dos países do mundo. Nós temos de divulgar este facto às pessoas do nosso país e do mundo e temos de as mobilizar.
Actualmente, um dos aspectos importantes da repressão inimiga é a prisão dos nossos camaradas (desde membros do CC a militantes do partido e pessoas comuns), instaurando falsos processos judiciais contra eles e encarcerando-os na prisão durante anos. Eles estão a ser condenados à morte ou a penas de prisão perpétua, as fianças deles são rejeitadas ou ainda que obtenham fianças eles são novamente presos à porta da prisão e são-lhes instaurados novos processos. Os presos políticos não têm direito sequer a instalações elementares, sobretudo instalações médicas, e estão a ser torturados de várias formas. Por outro lado, os direitos das pessoas estão a ser diariamente esmagados em inúmeras instâncias e elas estão a ser massacradas.
Em geral, participemos nestes dias solenes e inspiradores como ocasiões para nos re-dedicarmos ao cumprimento das aspirações dos mártires.