Recebemos a seguinte publicação, que transcrevemos na íntegra e cuja versão em formato PDF está disponível aqui: PDF

BV 1 Maio 2010

Não pagaremos a crise do Capital!
Organizemos a Resistência!

O 1º de Maio deste ano é marcado pela persistência de uma crise económica de grandes proporções, uma das maiores que o sistema capitalista já gerou. E, tal como em todas as outras anteriores crises de sobreprodução, um pequeno punhado de exploradores capitalistas, na sua insaciável ganância, pretende sair dela através de uma ainda maior exploração da imensa maioria da humanidade, impondo ainda mais miséria e guerras.

Actualmente, o sistema capitalista-imperialista que praticamente domina todo o planeta é liderado por um único império, o maior de sempre, os EUA. O imperialismo norte-americano, na ausência de potências imperialistas rivais à sua altura, pode tomar a iniciativa a seu bel-prazer e tem feito tudo para reforçar o seu império. Na última década desencadeou guerras de terror, sobretudo na região mais estratégica do globo, o Médio Oriente, para impedir o surgimento de rivais e melhor controlar as riquezas do mundo e as suas rotas.

Mas a ofensiva imperialista global, em vez de trazer estabilidade, apenas nos trouxe uma colossal crise que cresce a cada dia que passa. Tudo o que o capitalismo e o imperialismo tem para nos oferecer é mais pobreza, mais desemprego, mais guerra, mais massacres e um sem-número de horrores infindáveis. Os nossos jovens entram num mundo sem qualquer esperança no seu futuro, aumenta o tráfico e a discriminação das mulheres, os povos dos países neo-colonizados são forçados a imigrar e a trabalhar em condições humilhantes. O Capital também tem vindo a explorar os recursos do planeta até ao limite, o que está a causar uma catástrofe ambiental de proporções gigantescas que põe em risco a própria vida na Terra.

O sistema capitalista-imperialista é um sistema totalmente irracional cujo único motor é a ganância e o lucro imediato. E é um pesadelo para a esmagadora maioria da humanidade. Este sistema colocou-nos nesta situação e quer manter-nos nela. É um sistema que não tem futuro e de que nos temos que libertar. URGENTEMENTE!

Este sofrimento não é uma fatalidade. Este sistema tem uma alternativa. Precisamos de um mundo novo, um mundo muito melhor: um mundo onde as pessoas trabalhem para o bem comum e não em função do seu egoísmo, um mundo em que todos contribuam com o que podem para a sociedade e dela recebam o que necessitam para viverem com a dignidade de seres humanos, um mundo sem divisões de classe, género ou cor da pele.

Um mundo desses é possível, mas para o construirmos é necessário um grande esforço colectivo para erguermos um grande movimento revolucionário à escala mundial. Precisamos de uma REVOLUÇÃO e temos de começar a tratar de a concretizar desde já.

A actual crise oferece algumas condições únicas que podem não voltar a repetir-se tão cedo. O inimigo está fragilizado a tentar debelar a sua própria crise e cada medida que tenta tomar para se safar vitima ainda mais os sectores mais explorados do povo e ultraja todos os que têm um pingo de consciência.

Mas também nós próprios chegámos a esta crise numa posição de fragilidade, devido à queda dos últimos bastiões revolucionários no mundo, em particular a derrota da China maoista, e à subsequente ofensiva ideológica capitalista que não teve uma resposta à altura dos revolucionários de todo o mundo- Hoje dominam as ideias de que não há alternativa a este sistema e praticamente desapareceu a resistência ou tornou-se residual ou muito dividido, apenas focando aspectos específicos da vida social (ecologia, direitos dos animais, etc.)

É altura de retomarmos a ofensiva! Começam a surgir exemplos corajosos de resistência. O povo grego não está a aceitar submissamente as soluções do Capital. O povo iraniano recusa o regime islâmico. O povo indiano está a tomar o seu destino nas suas próprias mãos, tem resistido ao saque das suas riquezas pelos exploradores indianos e internacionais, e já controla importantes zonas do Centro e Leste da Índia. Esses são os exemplos a seguir!

1 de Maio de 2010

– NÃO ACEITAMOS PAGAR A VOSSA CRISE!
– QUEREMOS UM MUNDO NOVO SEM EXPLORAÇÃO NEM OPRESSÃO!

O Comité Editorial do Bandeira Vermelha (Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ter o JavaScript autorizado para o visualizar.)

 

As medidas que o Governo e a Europa nos querem impor devem receber a merecida resposta!

Como elo fraco do sistema capitalista, e em particular dentro do bloco europeu, Portugal está a ser particularmente atingido pela crise do Capital. O desemprego cresce e a fome e a miséria alastram. E o grande capital financeiro internacional faz o que sabe fazer melhor: atacar alvos enfraquecidos para os saquear ainda mais, até à exaustão, tentando retirar daí o maior lucro possível.

O actual gestor dos interesses do grande capital dentro do estado português, o governo Sócrates-Cavaco, canino servidor dos interesses imperialistas, tem vindo a tomar medidas para aumentar a exploração do povo português e resolver a crise a contento do capital financeiro internacional, no caminho enchendo também os bolsos da grande burguesia portuguesa.

Nos últimos anos, e na esteira dos governos anteriores, tem vindo a facilitar os despedimentos e as condições de exploração e a eliminar todas as garantias sociais que tão duramente conquistámos, muitas vezes através de longas e árduas batalhas. A idade de reforma aumentou, o acesso aos serviços sociais, de saúde e de educação foram reduzidos, as regalias foram desaparecendo. Agora, aproveitam a crise para nos assestar golpes ainda mais duros. Toda a grande burguesia portuguesa está unida nesta ofensiva. Apenas divergem na velocidade e na intensidade do seu ataque. Sócrates, Passos Coelho e Cavaco, representantes dos principais sectores da burguesia, aparecem em convergência na submissão canina ao grande capital, sobretudo o grande capital financeiro internacional.

Agitando o papão do crime e da “falta de segurança” têm vindo a reforçar as forças policias e de segurança, preparando-as para as tarefas de repressão que são a verdadeira razão de existência dessas forças.

Mas nós não somos responsáveis por esta crise. Ela resulta do funcionamento de um sistema que nos foi imposto e no qual não escolhemos viver. Um sistema que actua independentemente de quem ganhe as eleições e que tem determinado o destino do país, sem que possamos dizer uma palavra sobre isso, e que nos arrastou para esta situação de miséria crescente.

Não aceitaremos pagar a crise deles! É nosso dever resistir! E essa é a única alternativa que nos resta se não queremos viver a vida de maior miséria que nos querem impor!

A rua, as fábricas, as escolas, os escritórios serão os nossos campos de batalha!. Não os deixaremos em paz. Organizemo-nos para resistirmos. Mostremos que temos a coluna vertebral intacta e honremos a memória de quem por nós lutou no passado!


 

Lutar

A Cimeira da NATO em Novembro em Portugal

Recebamos condignamente os caniceiros imperiais

Em Novembro deste ano decorrerá em Portugal uma Cimeira da NATO, na qual se prevê a participação dos seus principais dirigentes, incluindo Barack Obama, líder da principal potência imperialista.

A realização desta Cimeira em Portugal é uma afronta ao povo português. A NATO é uma aliança militar controlada pelos Estados Unidos e ao serviço dos seus interesses imperiais. Os EUA e esse seu braço armado são responsáveis por inúmeras atrocidades contra os povos de todo o mundo: invasões, ocupações, guerras e massacres, toda a sua história está manchada de sangue inocente.

Com o fim do principal bloco militar que se lhe opôs, a NATO viu questionada a sua legitimidade como força de pretensa “defesa” do mundo ocidental, por falta de inimigo. Mas os EUA têm continuado a usá-la em guerras em que não quer aparecer como agressor isolado, nomeadamente nos Balcãs e no Médio Oriente.

Na última década, primeiro Bush e agora Obama tentam dar uma nova legitimidade a essa máquina de guerra e tentando envolver mais os seus parceiros. Países como a França, que na sua competição com os EUA se mantinha pouco empenhada na NATO, são agora chamados para a primeira linha, em defesa dos interesses imperiais norte-americanos e europeus. É neste contexto de atribuição de uma nova legitimidade que surge esta Cimeira.

Os governos portugueses, de Barroso a Sócrates, têm alinhado nessa estratégia, subservientes a esses interesses imperialistas estrangeiros, esbanjando os recursos do nosso país com a participação em guerras que são contrárias ao nossos interesses.

Mas não deixaremos esta afronta passar em claro. Está já em preparação uma condigna recepção a estes grandes carniceiros da humanidade. Diversos grupos e plataformas estão já em movimento e em Novembro, os líderes imperiais terão certamente a resposta que merecem. Será a nossa forma de começarmos a preparar um mundo novo sem as guerras e agressões que eles perpetuam para manterem o seu mundo cruel e injusto.

Guerra Popular na Índia enfrenta ofensiva governamental

Guerra Popular na Índia

Durante os anos 60 teve início nos campos da Índia, sob a liderança dos maoistas, uma poderosa insurreição camponesa que nos últimos anos tem ganho um novo impulso. Enquanto a burguesia indiana e os seus amos imperialistas se vangloriam do “desenvolvimento” do país, este é feito à custa de um brutal aumento da miséria do seu povo. Mas este gigantesco aumento da exploração apenas criou as condições para o reforço da insurreição maoista, que se reorganizou, unificou e retomou a iniciativa, tendo alastrado a grande parte do subcontinente indiano.

Reconhecendo o perigo para o seu poder, o governo indiano desencadeou recentemente uma gigantesca e brutal ofensiva militar contra os maoistas no centro e leste da Índia, chamada Operação Caçada Verde. Mas, apesar de usar meios sofisticados, incluindo tecnologia militar de ponta fornecida pelos EUA, a guerrilha maoista está a derrotar mais esta agressão, assestando duros golpes ao inimigo e atraindo uma maior solidariedade do povo e de intelectuais progressistas.

A revolução maoista indiana, que está a construir uma sociedade de tipo novo nas zonas libertadas, é um exemplo de que, apesar do poderio do inimigo, é possível construirmos um mundo novo.

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