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É HORA DE
DIZER BASTA
E LUTAR!

O sistema capitalista-imperialista mundial atravessa a sua mais profunda crise estrutural desde os anos 30, a qual tem alastrado na Europa e lançado cada vez mais pessoas na fome e na miséria. Depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Itália, o grande capital monopolista continua ferozmente a tentar maximizar os seus lucros e impõe agora duríssimas medidas de austeridade à Espanha e à Holanda. Mas, como nos ensina a História, quanto mais tenta resolver a crise a seu favor, mais ela se agrava.

A actual situação tem raiz nos próprios mecanismos de funcionamento do capitalismo: a busca do lucro máximo, através da extorsão de mais-valias e da disputa no mercado mundial, gera um desenvolvimento desigual dos países. O sistema atingiu os limites da produção com base no lucro e isto exacerba a contradição entre o carácter social da produção e a sua apropriação privada — ou seja, uma produção que é feita colectivamente pela sociedade mas cujos frutos do trabalho de todos nós são apropriados por uma minoria cada vez mais restrita. Actualmente, o controlo da economia mundial está nas mãos de apenas 147 grupos financeiros e 500 super-monopólios, ao mesmo tempo que aumenta a pobreza de 3/4 da população mundial, incluindo o crescente empobrecimento dos proletários e de todos os explorados nos países ocidentais. Chile, Haiti, Moçambique, Tunísia, Grécia, Irlanda, Portugal, todos os povos e nações do globo estão a ser vítimas da ofensiva económica e militar desses poderes transnacionais.

Em Portugal, os lacaios do grande capital nacional e internacional — Passos, Portas e Cavaco, e seus cúmplices no PS que aceitaram os ditames da “Troika” — avançam com medidas cada vez mais draconianas: mais impostos, mais taxas, transportes mais caros, menos reformas, menos saúde, menos educação e menos direitos em geral, com o único objectivo de transferirem a riqueza que nós criamos para os cofres desses parasitas. Mas quanto mais tentam resolver a crise a favor dos seus amos, mais aprofundam a recessão. É esta a natureza desta crise.

Mas esta ofensiva global tem vindo a encontrar resistência. Em 2010, os moçambicanos desencadearam uma insurreição contra o brutal aumento dos alimentos imposto pelo FMI e obtiveram uma vitória. Em 2011, os tunisinos ergueram-se contra a austeridade sancionada pelo FMI e iniciaram a Primavera Árabe que alastrou pelo Médio Oriente e Norte de África. Os gregos revoltaram-se contra a austeridade do FMI/BCE/UE. Em Espanha cresce a indignação. Aceitar estas medidas que nos lançam cada vez mais na miséria faz com que nos queiram impor cada vez mais medidas.

É preciso lutar com determinação!

Perante a ditadura dos bancos e das multinacionais da “Troika”, da banca e do grande patronato portugueses e dos seus governantes, os quais se apropriam diariamente do produto do nosso trabalho e eliminam conquistas obtidas através de duras lutas, nós, os trabalhadores, os desempregados e os reformados, sejam portugueses ou imigrantes, mulheres ou homens, devemos dizer basta!

Defender pequenas correcções ao sistema capitalista apenas reforça as ilusões no próprio sistema. Não é possível melhorar o sistema, a única solução é alterá-lo pela raiz. A nossa única alternativa é lutarmos e mobilizarmos com determinação, persistência e organização. As fábricas, as empresas, os serviços e as ruas são os nossos locais de resistência!

Lutemos pelo repúdio da dívida e da política de austeridade do governo, contra as medidas que aumentam a precariedade, o trabalho escravizado, e pela utilização dos recursos do país no apoio social, na educação e na saúde, e não no resgate dos grandes banqueiros e grupos capitalistas.

A nossa luta continua até à extinção de todos os acordos de dependência do país, e deve prosseguir em conjunto e em solidariedade com todos os povos da Europa e do mundo em luta contra os ditames do FMI!

POR UM 1º DE MAIO DE LUTA E REVOLTA!

Círculo Revolucionário

1º de Maio de 2012

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