Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 23 de Novembro de 2009, aworldtowinns.co.uk

A 25 de Novembro de 1960, numa escura estrada na República Dominicana, arruaceiros contratados pelo infame regime de Trujillo apoiado pelos EUA emboscaram e assassinaram as três irmãs Mirabel. O exemplo dessas jovens mulheres que dedicaram as vidas delas ao derrube de um governante imposto pelos norte-americanos inflamou ainda mais uma luta que acabaria por levar em 1965 a uma insurreição armada contra uma invasão dos EUA. Há várias décadas que activistas contra o imperialismo e a opressão das mulheres marcam este aniversário em muitos países. Em 1999, a Assembleia Geral da ONU proclamou o 25 de Novembro como Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A propósito dessa data, a Organização de Mulheres 8 de Março (Irão-Afeganistão) divulgou o seguinte comunicado (www.8mars.com, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.).

A corrente global de violência tornou aliadas milhões de mulheres em todo o mundo!

Este é o grito de Nedha, cujo bondoso coração foi parado pelos arruaceiros do regime islâmico!

Este é o grito de Taraneh, que os assassinos da República Islâmica prenderam e violaram – e cujo corpo depois queimaram!

O grito de Hajieh, a mulher somali divorciada de 20 anos apedrejada até à morte porque ousou amar alguém!

O grito de uma menina iraquiana de 13 anos morta pelos homens da sua própria família!

O grito de Mahboubeh, uma menina azerbaijana de 11 anos casada à força com um homem de 65 anos!

O grito de Lucy, uma rapariga norte-americana que foi morta pelo homem que supostamente a “amava”!

O grito de uma menina de 15 anos da Lituânia que foi vendida por 3500 libras a um bordel em Birmingham!

O grito de Lesley, uma mulher de 20 anos que foi violada em grupo no Dacota, nos EUA!

O grito de 80 por cento das mulheres afegãs que são vítimas de violência familiar!

O grito de 731 mulheres paquistanesas que ousaram denunciar a sua violação às autoridades!

O grito de 2000 raparigas e meninas adolescentes violadas em apenas três meses em 2008!

O grito de vários milhões de alemãs, francesas, britânicas e outras mulheres europeias que foram vítimas de violação, violência familiar e tráfico sexual!

O grito de 46 por cento das mulheres suecas com mais de 15 anos que são vítimas da violência masculina!

O grito dos dois milhões de meninas entre os 5 e os 15 anos que todos os anos ingressam no tráfico sexual!

A corrente global de violência contra as mulheres tornou aliadas milhões de mulheres em todo o mundo. A violência que mais de 3 mil milhões de mulheres sofrem é uma corrente cujas extremidades estão ligadas pelos anéis da violência governamental e familiar.

À medida que a corrente de violência contra as mulheres se torna mais global, a luta e a resistência das mulheres tem assumido dimensões globais. As mulheres são inspiradas pelas lutas umas das outras e vêem os progressos em qualquer parte do mundo como sendo seus.

Vejamos o caso do Irão, onde durante trinta anos a posição de extrema inferioridade e opressão das mulheres tem sido um dos principais pilares do regime islâmico. Estas três décadas também foram anos de luta e resistência das mulheres.

A indignação e o ódio à sua opressão têm definido a existência de milhões de mulheres durante os últimos 30 anos. Estes sentimentos estão a fluir como lava fundida para as ruas, as universidades e as escolas, os locais de trabalho e as casas, um vulcão que pode romper as correntes da opressão de género para que as mulheres possam acabar pela sua própria mão com qualquer tipo de violência de estado e familiar contra elas.

É por isto que o mundo testemunha o facto de as mulheres estarem na linha da frente da luta contra o regime islâmico misógino. Porque é claro para muitas mulheres que não é possível derrubar a República Islâmica do Irão e construir um mundo novo, um mundo livre de qualquer forma de opressão e exploração, sem a eliminação de todas as formas de opressão e violência de género.

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