Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 14 de março de 2017, aworldtowinns.co.uk

Editorial:
Apresentando um SNUMAG transformado

Bob Avakian
Bob Avakian

Com grande satisfação, os editores do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar anunciam a sua transformação em mais uma ferramenta metódica para a revolução com base na nova síntese do comunismo, de Bob Avakian.

O Serviço Noticioso UMAG surgiu inicialmente em janeiro de 2003, numa conjuntura crítica em que, sob a bandeira da “guerra ao terrorismo” global deles, os imperialistas liderados pelos Estados Unidos tinham iniciado e estavam a expandir o que era de facto uma guerra pelo império. Depois de invadirem o Afeganistão, estavam a preparar-se para invadir o Iraque. Foi um tempo em que uma a poderosa guerra popular estava a emergir no Nepal, liderada por revolucionários que eram participantes no Movimento Revolucionário Internacionalista (MRI). O MRI uniu comunistas de todo o mundo que, na sequência da derrota da revolução na China a seguir à morte de Mao Tsétung, se juntaram vindos dos cinco continentes para fortalecer a luta pela eliminação do sistema capitalista através da revolução.

O Serviço Noticioso UMAG foi inspirado pelo MRI, o qual se baseava no marxismo-leninismo-maoismo (MLM). Durante os anos passados desde então, o serviço noticioso expôs incansavelmente os crimes dos imperialistas em muitos cantos do globo, trazendo à luz do dia histórias de resistência popular contra a opressão, analisando a maneira como toda a opressão estava, em última análise, enraizada no sistema do capitalismo-imperialismo e apontando para a necessidade da solução, a revolução.

Estes últimos catorze anos viram importantes desenvolvimentos, incluindo o colapso do próprio MRI. Não só algumas das forças anteriormente unidas no MRI agora se opõem agudamente umas às outras, como o anterior entendimento do próprio comunismo revolucionário, para usar a expressão de Mao Tsétung, se “dividiu em dois”. Uma corrente do antigo maoismo transformou-se numa liquidação social-democrata dos princípios revolucionários centrais do marxismo, tragicamente exemplificado na capitulação da liderança maoista no Nepal e na terminação da guerra revolucionária aí. Outros membros do antigo movimento MLM estão presos a uma defesa dogmatista, do tipo religiosa, de fórmulas “maoistas” estéreis que são igualmente destituídas de conteúdo revolucionário. Em oposição a isto, emergiu integralmente a nova síntese do comunismo, de Bob Avakian (BA), resgatando o núcleo científico do comunismo, ao mesmo tempo que critica e repudia aqueles aspectos secundários da compreensão e ações anteriores dos comunistas que de facto vão contra a natureza libertadora do comunismo. O resultado é que temos agora um quadro qualitativamente mais científico para compreender o mundo e para o mudar através da revolução, o qual está a conquistar aderentes entre as forças que anteriormente fizeram parte do MRI, bem como entre outras pessoas mais recentemente atraídas para o comunismo. (Para saber mais sobre o MRI, a sua história, o seu colapso e a divisão do maoismo em dois, ver Comunismo: O Início de Uma Nova Etapa — Um Manifesto do Partido Comunista Revolucionário, EUA e a Carta aos Partidos e Organizações Participantes no Movimento Revolucionário Internacionalista, do Partido Comunista Revolucionário, EUA.)

E como o mundo grita pela revolução! Em todo o lado, a desigualdade intensificou-se, as mulheres enfrentam uma violenta intensificação do sistema patriarcal e da degradação, e estados inteiros numa parte do Terceiro Mundo são desconsiderados como “falhados” e deixados a apodrecer. As esperanças de milhões de pessoas em todo o mundo, que explodiram quando ditadores apoiados pelos EUA foram derrubados por insurreições de massas na “Primavera Árabe”, foram afogadas com a reconsolidação do domínio reacionário. A guerra tem aberto crescentes feridas no Médio Oriente à medida que os imperialistas ocidentais e os seus aliados locais contendem com os jihadistas islâmicos reacionários e deixam as massas apanhadas num vórtice de terror e desespero. Milhões de pessoas foram afastados das suas casas e milhares afogam-se em tentativas desesperadas de atravessar o Mediterrâneo para um sítio seguro — enquanto as poucas pessoas que o conseguem fazer enfrentam muros cada vez mais altos erguidos por esses mesmos imperialistas para as manterem do lado de fora, muros físicos mas também muros do ódio que é agitado contra elas. Agora, após anos de crescentes níveis normalizadores do jingoísmo nacionalista, do racismo e da misoginia, a dinâmica deste sistema propulsou o fascista Donald Trump ao posto de comandante supremo do imperialismo norte-americano. Isto, por sua vez, está a dar um grande ímpeto a movimentos fascistas que têm escavado continuamente o seu caminho para o palco político principal na Europa — na Áustria, na Hungria e na Polónia, e agora na Holanda, em França, na Alemanha e noutros lugares. Também nas das nações oprimidas, a ascensão de “homens fortes” como Modi na Índia, Erdoğan na Turquia, Duterte nas Filipinas e outros, revela a mesma história: a ordem do pós-II Guerra Mundial está rapidamente a rebentar pelas costuras.

A questão mais fundamental que a humanidade enfrenta hoje é saber se esta grande tormenta dará lugar ao estabelecimento de regimes que são muito mais repressivos e reacionários que os de hoje, com uma intensificação sem precedentes da opressão e da desigualdade, o desencadear da guerra e da fome, da catástrofe ambiental e potencialmente de muito pior, ou se se pode capacitar os oprimidos a se erguerem, liderados por um núcleo de revolucionários conscientes, a desmantelarem os atuais aparelhos de estado em pontos-chave do mundo e a estabelecerem poderes de estado radicalmente novos que comecem a anular toda a opressão e exploração. Isto tem tudo a ver com quão bem centenas e milhares de pessoas possam ser armadas hoje com uma abordagem científica da realidade e levadas a agir nessa base. Hoje em dia, isto significa transformar o Serviço Noticioso UMAG num serviço firmemente baseado no novo comunismo de Avakian, uma tarefa que está a ser orgulhosamente assumida pelos comunistas que têm sido a força motriz deste movimento ao longo destes anos — uma tarefa para a qual estás a ser solicitado a que te juntes, de inúmeras maneiras: republicando na internet, distribuindo, escrevendo, relatando, debatendo e enviando correspondência, para falar em apenas algumas maneiras.

São necessários artigos que ponham a nu como a fonte de todos os tipos de opressão em todos os países está, em última análise, enraizada no sistema capitalista-imperialista, seja através da análise do golpe de estado na Turquia, do fracasso da experiência do Syriza na Grécia, da ascensão do fascismo nos EUA e na Europa, etc.

O serviço noticioso precisa de análises que ponham a nu as principais fissuras que rasgam todas as sociedades divididas em classes e que propulsam milhões de pessoas a questionar e a resistir, de forma a ajudar um crescente número de pessoas a darem o salto de combatentes numa das frentes contra a opressão capitalista para combatentes em todas as frentes. Para dar apenas um exemplo, precisa de destacar as muitas diferentes maneiras como forças corajosas estão a sair fora dos canais normais para resistirem às medidas draconianas que estão a ser impostas contra os migrantes e de expor a maneira como é o sistema de capitalista-imperialista que está a originar a imigração e a reprimir os migrantes. Tem de ajudar a estabelecer uma poderosa corrente internacionalista em torno desta questão candente — mostrando por quê e como é essencial que o “mundo inteiro esteja em primeiro lugar”, em vez de “o que significa isto para mim e para o meu país” — para eliminar as fronteiras entre os povos, para mudar não só o que as pessoas pensam mas a maneira como pensam, para as treinar na linha e na perspetiva comunistas. Ou, em relação ao sistema patriarcal, para revelar por que não se pode romper todos os vínculos da cadeia da opressão capitalista exceto um, porque deixar de pôr em causa a supremacia masculina rapidamente abre a porta ao fortalecimento de todas as formas de divisão e desigualdade. Tudo isto faz parte do processo de “combater o poder e transformar as pessoas, para a revolução” — e não menos que tudo, de produzir uma nova geração de líderes revolucionários durante este processo, a qual possa usar este serviço noticioso para ajudar a identificar e a unir mais forças revolucionárias onde quer que possam ser unidas.

É crítico expor o sistema e as suas instituições e estruturas, mas também é vital proclamar a solução, um novo tipo de poder de estado e uma nova maneira de organizar a sociedade e a economia para satisfazer as necessidades das pessoas no sentido mais vasto e mais libertador, e para capacitar passo-a-passo as pessoas a fazerem a transição, através da revolução, para todo um mundo novo de uma humanidade florescente, armada com um pensamento crítico e livre dos grilhões das classes, do sistema patriarcal e de todas as divisões e desigualdades sociais. Para fazermos isto precisamos de enfrentar e estilhaçar o veredicto reacionário sobre a revolução e o socialismo. Caso contrário, a nossa crítica do atual sistema perde força e propósito. Além disso, com base no balanço feito pela nova síntese sobre as experiências socialistas do século XX, precisamos de mostrar a necessidade, a possibilidade e o desejo da sociedade socialista reformulada por Avakian — mostrar como ela não só satisfaz as necessidades básicas das pessoas, mas como será uma sociedade vibrante marcada por um florescimento sem precedentes da vida intelectual e cultural.

Sem o novo comunismo de BA e a compreensão que tem sido desenvolvida com base na abordagem e no método dele, mesmo para aqueles que têm elementos vitais de compreensão de quão completamente podre tudo aquilo que existe é realmente, é difícil compreender que o mundo não tem de ser tal como é, que o potencial para uma maneira radicalmente diferente de viver para toda a humanidade está emaranhado na atual rede de contradições que está a dominar a sociedade, aprisionando a humanidade oprimida em relações de um mundo cão e ameaçando desastres sem precedentes. O entendimento visionário de Avakian da meta do comunismo mostra como isso é não só possível, mas uma necessidade urgente, clamando neste mesmo momento por ação.

Com este entendimento como fundação sólida do serviço noticioso, as suas páginas estarão abertas a outros que, de perspetivas e abordagens diferentes, tragam à luz do dia histórias que de outra maneira ficariam escondidas, histórias de resistência e oposição à ordem dominante, que façam luz sobre os crimes do sistema e sobre como este funciona, que revelem a complexidade das forças a trabalhar, e que façam tudo isto de uma maneira que incite outros a virarem-se para aqui como centro vibrante de análise crítica e debate. Para que verdadeiramente se torne numa arma para a revolução em cada vez mais partes do mundo, os artigos precisam de ser partilhados, é necessária correspondência, artigos chave traduzidos para diferentes idiomas, e mais. Para promover isto, o serviço noticioso irá romper como o seu formato de edição semanal que estava mais orientado para a época das edições impressas e, em vez disso, irá focar-se em publicar artigos ainda quentes na sequência de grandes eventos no mundo. Precisamos de contribuições de todos aqueles que sejam capazes de ajudar para que o âmbito agora demasiado estreito dos nossos artigos, limitado pela nossa capacidade atual, possa começar a melhor corresponder às necessidades do que deve ser necessariamente um processo revolucionário global.

As verdades difíceis precisam de ser declaradas claramente desde o início: a força das forças que lutam a nível mundial pela revolução comunista empalidece em comparação com os imensos desafios perante nós. Mas é uma verdade ainda mais importante que nunca antes na história existiu um entendimento mais claro e científico da fonte da opressão e do que é necessário para a eliminar. Nesta base, o Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar pode e tem de se tornar numa ferramenta poderosa que sirva todos aqueles que anseiam pelo fim da opressão e exploração, atraindo e treinando milhares de pessoas e influenciando milhões em muitos países em todo o mundo, acelerando o dia em que a humanidade se possa libertar dos grilhões que a acorrentam há demasiado tempo.

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